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    #IMSdeCasa – ‘Assum preto’, dos ‘óio furado’ ao confinamento

    Pedro Paulo Malta

    tocar fonogramas

    “Assum preto veve sorto
    Mas num pode avuá
    Mil vez a sina de uma gaiola
    Desde que o céu, ai... pudesse oiá

    Depois do sucesso estrondoso de “Asa branca” (1947), só em 1950 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira voltaram a lançar uma toada com nome de pássaro: “Assum preto”, que também saiu num disco da RCA Victor e cantada pelo próprio Rei do Baião. Setenta anos depois, a história da ave que teve os olhos furados – regravada com sucesso por Gilberto Gil, Carmélia Alves, Elba Ramalho e Dominguinhos, entre outros – ganha uma nova versão através do programa “IMS de casa”, na interpretação do conjunto vocal Zanzibar.

    “Além de ser linda, essa música tem a ver também com o momento que estamos vivendo, com essa pandemia que deixou todo mundo na gaiola”, avalia a cantora Calu Coelho, também autora do arranjo interpretado por ela com outras quatro vozes (André Miranda, Beatriz Coimbra, Guilherme Imia e Gabriel Farah) e a percussão de Marina Chuva. “Assim que recebemos a missão de pesquisar nas 46 mil gravações da Discografia Brasileira, combinamos de cada um fuçar aquele mundo e trazer cinco sugestões. Chegamos a 30 músicas e então escolhemos.”

    Para fazer o arranjo de “Assum preto”, Calu recorreu não só à gravação original da música, como a outras versões, entre elas uma recente: um dueto de Dora Morelenbaum e Julia Mestre postado no Instagram. Dora participou da criação do Zanzibar, entre 2012 e 2013, inicialmente como um quarteto vocal de alunos de canto coral do Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, na zona sul do Rio de Janeiro. 

    Aos 27 anos, Calu é a única remanescente da formação original do grupo, que atualmente tem seus componentes na faixa dos 20 e dos 30 anos e estreou em disco em 2016. O segundo CD, já gravado, é inteiramente dedicado à obra de Edu Lobo – autor da música que dá nome ao conjunto, entre outras inspirações: “Além de ser o nome de uma cidade na Tanzânia, Zanzibar é essa palavra com uma sonoridade linda”, reflete a artista, iniciada na música como aluna dos cursos da Pro Arte, onde estudou dos 6 aos 21 anos.

    São também de autoria dela os outros dois arranjos que o Zanzibar lançará em breve, também através do programa “IMS de casa”. Aguarde.

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