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    Minha cabocla, vem cá: venha contar como você, há 110 anos, conquistou o coração de todo um país!

    Fernando Krieger

    tocar fonogramas

    Historinha intrincada a dessa cabocla. Pernambucana de nascimento, a jovem da cor da flor do ipê, cobiçada por valentes do sertão de Jatobá, acabou conquistando o Rio de Janeiro, onde fez um tremendo sucesso, brilhou no teatro de revista e no Carnaval, mexeu com a imaginação de todos, virou o assunto do dia na imprensa, foi muito parodiada e teve sua paternidade disputada por dois gigantes das artes. Ela chegara à então capital federal, no início do século passado, levada pelas mãos do seu verdadeiro “pai”, o compositor e violonista João Pernambuco (cujos 140 anos de nascimento foram lembrados neste post). Há 110 anos, fez uma dupla estreia: na nossa literatura e também em disco. Foi o bastante para a confusão começar.

    A questão da “paternidade” parece estar bem resolvida nos dias de hoje. Lembrando: o poeta maranhense Catullo da Paixão Cearense fez os versos de “Cabocla de Caxangá” e resolveu se declarar o único autor da obra, fato contestado por quem conviveu com ele. Villa-Lobos, em carta enviada ao radialista, pesquisador, cantor e compositor Almirante datada de 13/01/1947, afirmou sobre o poeta: “(...) eu o sabia de antemão incapaz de escrever uma célula melódica que fosse (...)”. Já Pixinguinha, num de seus depoimentos ao Museu da Imagem e do Som do Rio – feitos em 1966 e 1968, com trechos publicados no livro “As vozes desassombradas do Museu” (MIS, 1970) –, foi enfático sobre Catullo: “(...) este não sabia fazer música. (...) Eu ouvi o João Pernambuco cantar o ‘Luar do sertão’ e ‘Cabocla de Caxangá’ antes de o Catullo colocar as letras”.

    Almirante, na época da famosa polêmica em torno da autoria de “Luar do sertão” – outra música apresentada por João a Catullo e usurpada por este último –, tornou-se um dos maiores defensores do compositor pernambucano. Em seu livro “No tempo de Noel Rosa” (Francisco Alves, 1963), ele destaca uma declaração concedida pelo próprio Catullo ao Diário de Notícias de Lisboa (30/01/1935): “... quando começava a minha obra poética mais importante, apareceu-me o João Pernambuco, que vinha do Norte e que, sobre tocar muito bem o violão, me trouxe um vocabulário ainda não pervertido pelo contato da linguagem culta”.

    Também Edigar de Alencar, citado por José Silas Duarte Xavier no recém-lançado livro “Proezas de Pixinguinha” (Telha, 2023), deixou claro que “Catullo fez-se poeta de linguajar caipira, à moda do Norte, por influência direta de João Pernambuco, seu companheiro de serenatas que chegado do Nordeste lhe trouxera, além de melodias folclóricas que resultaram nas emboladas ‘Caboca de Caxangá’ e ‘Luar do sertão’, um vocabulário novo e vivo que o poeta soube aproveitar com inteligência”.

    José Silas Xavier opina sobre a controvérsia: “(...) a conclusão é a de que a participação do vate maranhense se limitou à readaptação das letras das músicas de João Pernambuco – ou por ele recolhidas”. Seja como o compositor verdadeiro ou como arranjador de motivos populares da sua terra natal, o nome de João Pernambuco é hoje reconhecido como coautor tanto de “Cabocla de Caxangá” como de “Luar do sertão”.

    A versão original da “Cabocla” tinha uma letra bem diferente daquela que se tornaria conhecida. “Até 1912 Catullo não havia produzido nada, absolutamente, em linguagem sertaneja, especialmente sobre costumes nordestinos”, afirma Almirante, informando que, “Certo dia, João Pernambuco pôs-se a cantar uma toadinha que aprendera na sua terra”:

    Nega, você não me dá (ô tiá)
    Nega, você não não dá
    Nega, se você me dá
    E tá na faca, na madeira e no quicé
    [Obs: tipo de faca pequena e velha]
    Cinco pataca
    Dois tostões
    Mil e quinhentos
    Minha casa mobiada
    Gás aceso e o povo dento...

    Segue contando Almirante que “Catullo ficou entusiasmado com a novidade do ‘Coco das Emboladas’. (...) Catullo, sem a menor dúvida, aproveitou os principais elementos que João Pernambuco lhe ofereceu”. Então transformou “Nega, você não me dá / Nega, você não não dá” em “Caboca de Caxangá / Minha caboca, vem cá”, recriando o restante da letra baseando-se em palavras e expressões que aprendera com seu “parceiro”.

    Data desse período o surgimento, na Lapa carioca, do Grupo do Caxangá (ou de Caxangá, como também é conhecido), como conta Silas: “Pixinguinha (...) frequenta a ‘República dos Bambas’, na Rua do Riachuelo, onde moravam João Pernambuco, Donga e jogadores de futebol. Foi nesse local que teria surgido o Grupo de Caxangá, por volta de 1912”. Sobre a presença da trupe no Carnaval, diz Silas: “O Grupo de Caxangá desfilava com chapéus de abas largas, levantadas à frente, onde exibiam seus pseudônimos nordestinos, sugeridos, certamente, por João Pernambuco, em uma homenagem aos violeiros e cantadores que trazia na lembrança”.

    Dele originalmente faziam parte Guajurema (João Pernambuco), Chico Dunga (Pixinguinha), Zé Vicente (Donga), Zeca Lima (Jacob Palmieri), Mané do Riachão (Caninha), Mané Francisco (Henrique Manoel de Souza), Zé Porteira (Manoel da Costa, o Nola) e Inácio da Catingueira (Osmundo Pinto). A semelhança dos pseudônimos com os nomes dos antigos mestres pernambucanos de João não era mera coincidência. E o dedo do violonista estava também no nome do conjunto: Caxangá é um bairro do Recife.

    No segundo dia de 1913, os cantores Eduardo das Neves e Bahiano, junto com a cantora e vedete Julia Martins, levaram ao disco o batuque sertanejo “Cabocla de Caxangá”, cujo rótulo trazia apenas o nome de Catullo. Que, neste mesmo ano, publicou o poema “Caboca de Caxangá” na Lira dos Salões (Editora Quaresma) identificando-se novamente como o único autor, como contam Silas e Almirante. Segundo este último, Catullo, “Como testemunho de gratidão ao seu indiscutível colaborador, (...) imprimiu ali esta dedicatória: (...) ‘Ao Pernambuco, o insigne violãonista’”. Para Almirante, “(...) a menção de seus parceiros deveria constar, eternamente, nas edições literárias, nas gravações de discos etc... Mas Catullo não o fez. Que pena!”.

    Mané Francisco, Joaquim Pedro, Zé Augusto
    Essa gente tão valente
    Do sertão de Jatobá
    E o afamado do danado Juca Mola
    No gemido da viola
    Tudo qué te conquistá

    “Na primeira gravação de ‘Caboca de Caxangá’, a música cantada por Eduardo das Neves é um pouco diferente daquela mais conhecida, cantada por Paulo Tapajós”, explica Silas, acrescentando: “Esta versão [a primeira] está de acordo com a partitura editada na época pela Casa Carlos Wehrs, que só traz o nome de Catullo e a surpreendente informação de que é um samba. Só para lembrar: Jatobá é a terra natal de João Pernambuco, Juca Mola era o nome de Jaime Ovalle no Grupo de Caxangá (...)”.

    As estrofes que Tapajós levaria ao LP “Luar do sertão” em 1955 foram retiradas da Lira dos Salões que a Quaresma editara em 1913. O Correio da Manhã de 26/05/1913, anunciando o lançamento da Lira, havia publicado os versos iniciais do poema, resgatados pela partitura impressa em 1943 por Guimarães Martins, herdeiro legal dos direitos de Catullo:

    Laurindo Punga, Chico Dunga, Zé Vicente
    E esta gente tão valente
    Do sertão de Jatobá
    E o danado do afamado Zeca Lima
    Tudo chora numa prima
    E tudo qué te traquejá
    [No Correio da Manhã lê-se “conquistá”]

    Silas conta que, “De acordo com o pesquisador Humberto Franceschi, quando ‘Caboca de Caxangá’ foi gravada em 1913 por Eduardo das Neves, os direitos fonográficos pertenciam já a Fred Figner, dono da Casa Edison do Rio de Janeiro. Em 1911, Figner comprou por 20 anos os direitos de gravação de toda a obra literária de Catullo editada pela Quaresma, inclusive a que viesse a ser publicada depois da assinatura do contrato”. O recibo, assinado por Catullo, Pedro da Silva Quaresma e Eduardo das Neves, está publicado na página 78 do livro “Registro sonoro por meios mecânicos no Brasil”, de Franceschi (Studio HMF, 1984).

    Ainda em 1913, foram servidos nas bandejas dos gramofones “Os quitutes de Caxangá”. Sua autoria, segundo o selo do disco, é do Bahiano, também seu intérprete. A música possui bastante semelhança com a “Cabocla de Caxangá”. Como Bahiano participou da gravação original da “Cabocla”, junto com Eduardo das Neves e Julinha Martins, é bem possível que ele tenha concebido essa música como uma paródia, provavelmente a primeira das muitas que a célebre composição viria a receber. Numa simples pesquisa na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, foram encontradas nada menos que 20, publicadas entre 1914 e 1924 em diversos jornais: A Imprensa, A Época, Careta, O Paiz, O Malho, O Pharol (de Juiz de Fora), O Furão (de São Paulo), O Imparcial, Jornal do Recife...

    Eram tantas que o editor de D. Quixote, em resposta a uma paródia enviada pelo leitor Miguesinho, não se conteve e reclamou, na edição de 31/10/1917: “V. não acha que essas cantigas com a música da ‘Cabocla de Caxangá’ já estão paus como o diabo? Pois então!”. Não adiantou muito, já que a própria D. Quixote publicaria mais uma em 18/07/1923. Além dos “Quitutes”, ao menos outra sátira à famosa “Cabocla” foi parar em disco: “Vadeia caboclinha” (1914), de Tomás de Sousa. Uma charge de Alfredo Storni publicada em O Malho de 27/09/1913 já então atestava o sucesso da música.

    Detalhe da charge de Alfredo Storni (O Malho, 27/09/1913)

    “No Carnaval de 1914, ‘Caboca de Caxangá’ despertara enorme entusiasmo. João Pernambuco e Pixinguinha, junto com um animado grupo de foliões, denominado Grupo de Caxangá, percorriam a Avenida Rio Branco, no Rio, com vestimenta típica, baseada em motivos do sertão e cantando as canções sertanejas de João”, informa Silas. Uma rara fotografia do grupo – identificado na legenda como “Choro de Caxangá” – foi publicada em O Malho de 28/02/1914. O conjunto colhia os louros na imprensa: “Pernambuco, que é a alma do grupo, mais uma vez fez prodígios com o seu violão”, destacava o Jornal do Brasil de 23/02/1914, um dia após a visita dos músicos à sua redação.

    Silas aponta mais um caso de omissão do nome de João Pernambuco: “Em fevereiro de 1914 (ano em que a música explodiu no Carnaval), ‘Caboca de Caxangá’ é editada pela Casa Bevilacqua com versos do poeta, cançonetista e comediógrafo Eustórgio Wanderley, pernambucano de nascimento, em arranjo de A. La Rosa, com rica harmonização (este A. La Rosa, quase certamente, é o maestro Arturo La Rosa, a quem Ernesto Nazareth dedicou seu tango de massada ‘Atlântico’, editado por E. Bevilacqua)”. Continua Silas: “A letra de Eustórgio Wanderley não tem nada a ver com a versão citada, gravada por Eduardo das Neves, a não ser ligeiras referências a Caxangá e Jatobá. A partitura informa: ‘Música sobre motivos populares do Norte’”.

    Esta variante seria gravada em disco Gaúcho por Augusta e coro, sem nenhuma informação de autoria no selo. Também foi esta a versão que a atriz e cantora Henriqueta Emis, “a criadora de ‘Cabocla de Caxangá’ no Recife”, popularizou na capital pernambucana, como informavam o Jornal Pequeno do Recife de 22/05/1914 e o Jornal do Brasil de 11/06/1914. Ambos publicaram a fotografia da artista, a partitura da canção e a mesma informação errada: “Música de Catullo da Paixão Cearense” – sem explicar que aquela letra era de Wanderley. Nenhum dos periódicos fez menção alguma ao nome de João Pernambuco.

    “O sucesso do Grupo de Caxangá no Carnaval de 1914 foi tão grande”, continua Silas, “que inspirou duas peças teatrais de sabor nordestino e sertanejo: Gastão Tojeiro escreveu uma burleta com o título de ‘Caboca de Caxangá’ e Maria Lina, a bela e grande dançarina do maxixe, montou uma revista teatral de nome ‘Ouro sobre azul’”. A primeira, segundo conta Neyde Veneziano em “De pernas pro ar: o teatro de revista em São Paulo” (Imprensa Oficial, 2006), estreou nacionalmente na capital paulista, seguindo em 1915 para o Rio, onde a peça teve a própria Julinha Martins – lançadora da música ao lado de Eduardo das Neves e Bahiano – como protagonista. No início do ano, a vedete já mostrara a canção na revista “A última do Dudu”, de Raul Pederneiras: “Julia Martins, na ‘Cabocla de Caxangá’, é inimitável. A sua graça espontânea [e] o encanto dos seus meneios a tornam completamente irresistível” (Gazeta de Notícias, 17/01/1915).

    Revista Comédia, 20/07/1918

    Ainda em 1914, a “Cabocla” conheceria mais duas gravações, ambas instrumentais: uma em fevereiro, pela Banda da Casa Edison, e outra em abril pelo grupo O Passos no Choro, do flautista Antônio Maria Passos. Na época dos long-playings ela receberia outros registros, mas em 78 rotações haveria apenas mais um: o das vozes femininas do Trio Itapoã, em 1957, com a mesma letra gravada dois anos antes por Paulo Tapajós.

    Sem contar, claro, as variantes da “Cabocla” que apareceram ainda na época das bolachinhas. Em 1915, Eduardo das Neves surgiu na praça com o “Samba roxo”, trazendo praticamente o mesmo estribilho que, segundo Almirante, Catullo escutara de João Pernambuco:

    Nega, você não me dê
    Nega, você não me dá
    Ai, nega, se tu não me qué
    Entra na faca, no cacete e no quicé

    Não há referência de autoria no selo do disco. Seriam as estrofes dessa versão cantada por Eduardo das Neves – lançador, não custa lembrar, da “Cabocla” dois anos antes – as mesmas da “toadinha” (como a chamou Almirante) ensinada por João Pernambuco a Catullo? Teria o próprio Eduardo das Neves criado novas estrofes a partir do estribilho original de “Cabocla de Caxangá”? Ficam as interrogações.

    O Grupo do Caxangá ainda se encontrava em atividade no ano de 1917; em 1919, daria lugar aos Oito Batutas. Neste mesmo 1919, Villa-Lobos – que, como visto, seria mais tarde um defensor de João Pernambuco na questão do “Luar do sertão” – fez uma versão de “Caboca de Caxangá” para coro misto e piano, indicando na partitura a autoria (melodia e letra) de Catullo. Ainda em 1919, o maestro arranjou a mesma canção para canto e piano e a incluiu em seu ciclo de “Canções típicas brasileiras”, novamente creditando apenas Catullo como autor.

    Este, lembra Silas, mexeria de novo na “Cabocla”, mudando “a letra e o nome da música para ‘U poeta du sertão’, designando-a toada. Dedicou a nova poesia ao teatrólogo Arthur Azevedo, seu conterrâneo, falecido em 1908”. Patricio Teixeira – companheiro de serestas e de boemia de Catullo e João Pernambuco – gravaria “Poeta do sertão” em 1927, e Paraguassu faria seu registro da música em 1936. As paródias ainda não haviam cessado nesta década: uma saiu n’A Batalha de 05/02/1932; já o Diário da Manhã (07/02/1934) de Pernambuco publicou a letra da marcha-canção “A cotia”, do Club Baca na Chuva, indicando entre parênteses: “Com a música de ‘Cabocla de Caxangá’”.

    A interpretação de Paulo Tapajós em 1955 ajudaria a eternizar de vez a caboclinha célebre no panteão das personagens mais icônicas de nossa música popular. Como disse o anônimo autor da reportagem publicada em A Noite Ilustrada de 14/05/1946, quatro dias após o falecimento de Catullo: “‘Cabocla de Caxangá’ mexeu com todos os corações”.

    Uma gravação recuperada

    Na playlist que acompanha este post está a gravação de “Os quitutes de Caxangá” feita pelo Bahiano e coro em 1913, cuja letra foi publicada por Lúcio Rangel na revista Manchete de 14/07/1956: “A feijoada é das tais / De a gente pedir por mais...”. A audição – perfeita – do fonograma não denuncia que ela foi retirada de um disco quebrado. Quem fez a “mágica” de recuperar o áudio original não foi nenhuma Inteligência Artificial, e sim Elias Silva Leite, da equipe de Música do Instituto Moreira Salles, responsável pelo acervo de discos de 78 rotações e por sua higienização, organização e digitalização.

    “Em princípio, todos os discos de 78 rotações são raros, pela sua importância histórica e musical. A quantidade de exemplares que existem de um disco é que vai determinar o quanto ele é mais ou menos raro, como o nosso Odeon R 120275, ‘Os quitutes de Caxangá’”, ensina Elias, complementando: “Num universo de quase 50 mil exemplares das nossas coleções, temos apenas um, e ainda assim quebrado”.

    O disco danificado da Coleção José Ramos Tinhorão/IMS com a primeira gravação de "Os quitutes de Caxangá" / Foto: Fernando Krieger

    O pedaço que quebrou – cuja ausência inviabilizava a audição completa do fonograma, pois faltavam a introdução falada e a primeira estrofe da música – já não existe há muito tempo. O jeito foi preencher o espaço com... cera de vela, recurso aprendido por Elias “ao longo dos anos trabalhando com os discos de 78 e interagindo com outras pessoas que também o fazem”, segundo conta. Ele explica como se dá o processo, que costuma ser demorado – a recuperação de apenas um lado de um disco pode levar às vezes mais de uma semana:

    “O giro de um 78 rpm é mais rápido em relação ao giro do LP de 33. Então a gente coloca cera e cria uma ‘ponte’ entre as partes quebradas que possibilita a recuperação de praticamente toda a informação que antes estava perdida”. Elias enfatiza: “Dá a impressão de que é uma certa mágica, que você está criando música onde não tinha, mas não é isso”. Na verdade, por causa do giro rápido do disco, quando a agulha passa pela cera de vela o que se ouve são apenas pequenos ruídos, como se houvesse uma “sujeirinha” na superfície.

    Elias estima que já conseguiu recuperar cerca de uma dezena de discos quebrados de 78 rotações através deste método. É a inventividade funcionando como tecnologia de ponta, possibilitando assim a preservação do rico acervo sonoro do IMS e, consequentemente, da memória musical do nosso país.

    Na foto principal: o rótulo do disco com a primeira gravação de “Cabocla de Caxangá” / Coleção José Ramos Tinhorão / IMS

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