<
>
/
 
0:00
10:00
autor  
interprete  
    minimize editar lista close

    Posts

    Maxixe era com ele: Duque, o baiano que conquistou Paris, foi parceiro de Pixinguinha e morreu duas vezes

    Pedro Paulo Malta

    tocar fonogramas

    – Imagina se não vou topar?!

    Não pensei duas vezes quando Bia Paes Leme, coordenadora de música do Instituto Moreira Salles, me convidou para fazer aquela gravação de um dia para o outro: não é toda hora que aparece um Pixinguinha inédito, ainda mais do ano histórico de 1922, quando ele e os Batutas atravessaram o Atlântico para uma temporada de seis meses no famoso cabaré Shéhérazade e outras casas noturnas de Paris. Pois a partitura original de “Batutas”, o maxixe a ser gravado, era uma das atrações da exposição “Pequenas Áfricas: o Rio que o samba inventou”, que entrava em cartaz no dia seguinte no IMS Paulista. “Le plus grand succès du célèbre orchestre brésilien Les Batutas à Shéhérazade”, diz a capa alaranjada – linda! – da partitura editada na França, há 102 anos.

    Logo veio a base de piano, gerada a partir da partitura caprichosamente editorada pelo bandolinista e pesquisador Marcílio Lopes, e a gravação ficou pronta a tempo dos primeiros visitantes da exposição: ao chegar perto da partitura, um QR Code os encaminha para o registro sonoro - o mesmo que abre a playlist desta postagem.

    A partitura original de "Batutas" (Pixinguinha e Duque), editada em 1922 em Paris.
    Acervo Pixinguinha / IMS

    E aqui o leitor ou leitora há de reconhecer o esforço deste cantor-redator para não castigar demais o francês – idioma da letra, espécie de apresentação do samba a quem fosse ver os Batutas na noite de Paris. Versos que têm como autor outro personagem e tanto dessa história: Duque, o dançarino baiano que atuou como produtor do famoso conjunto carioca na capital francesa, como está contado na bibliografia sobre a história da música popular brasileira.

    Mas o fato é que Duque fez mais, muito mais, do que ciceronear Pixinguinha e sua turma – o que já não seria pouco – pela Cidade Luz. Foi personagem atuante da vida cultural brasileira na primeira metade do século 20, como grande dançarino, autor e diretor de espetáculos, dono de teatro, jornalista, radialista, professor e (a razão deste texto) compositor e letrista. Atividades tão diversas quanto distantes do plano original: foi como dentista que ele chegou ao Rio de Janeiro em 1906, vindo de Salvador, onde nasceu há 140 anos, em 10-01-1884 (ou 1887, como informam algumas fontes), batizado Antônio Lopes de Amorim Diniz.

    Na Cidade Maravilhosa a boemia falou mais alto, como relatou o cronista Luís Edmundo entre as memórias sobre Duque que publicou no Correio da Manhã (25-07-1954). “Manteve, durante certo tempo, no Rio de Janeiro, na Rua Uruguaiana, um consultório, onde, segundo o que diziam os seus amigos, ia diariamente repousar das suas frequentes e noturnas farras entre boticões e outros petrechos odontológicos, estendido na sua fofa cadeira de dentista, à espera de clientes que não vinham.” Sem mais obturações a fazer, em 1911 partiu em viagem para Paris e por lá ficou: logo vendeu a passagem de volta e se garantiu num emprego numa agência de viagens. “Ganha pouco”, descreve Luís Edmundo. “Trabalha como um mouro, mas à noite desforra-se das lides quotidianas nas pistas do Boulier, nas do Moulin de la Galete e de outros dancings de então.”

    Certa noite, engatou-se com a atriz ítalo-brasileira Maria Lino num cabaré em Montparnasse e acabaram contratados, com direito a cartaz na porta: “Venez voir Duque et Lina – La matchiche brésilienne.” Eles não foram os pioneiros a dançar o maxixe na França (os primeiros registros na imprensa francesa eram de 1890), mas fizeram mais sucesso que os antecessores, tanto como atrativos de público quanto vencendo concursos pela Europa. Duque, então, abriu sua academia de dança, passou a encomendar partituras aos amigos brasileiros, trocou de parceira (fazendo ainda mais sucesso com a francesa Gaby Deslys) e, quando virou diretor do Luna Park (um dos mais requintados dancings de Paris), deu-se ao luxo de importar um maestro: o paulista Nicolino Milano, que vivia em Lisboa por essa época (1913) e foi reger a orquestra da casa.

    Pas-de-deux: Duque e Gaby em postais franceses. 
    Careta, 26-02-1926

    Luís Edmundo, que testemunhou a chegada do regente, conta que Duque apressou-se em falar-lhe dos músicos que estariam sob sua batuta, orgulhoso do fato de dois deles – um violinista e um flautista – serem artistas condecorados, “dois autênticos prix-de-Rome”. Ao que Milano respondeu com franqueza: “Deixa pra lá os prix-de-Rome onde estão e manda-me trazer uma Clicquot extra dry, bem gelada. Isso sim!” Alinhados na boemia e no gosto pelo repertório brasileiro (o público adorava “Le Brejerô de Nazareth”, segundo o cronista), foram felizes no encontro. “E o maxixe em Paris rivalizou com o can-can, que era da preferência dos franceses”, relatou A Noite (29-09-1953).

    No início de 1915, fazia turnê pelos Estados Unidos e apresentou-se numa mansão na Park Avenue, em Nova York, quando, em meio aos aplausos do high society, foi anunciado que aquela era a “last appearance” de Duque e sua parceira naquele país, pois na manhã seguinte embarcariam no navio inglês Lusitania de volta para a Europa. No fim da noite um homem pegou-lhe pelo braço e o levou para uma janela, com certa urgência: “O senhor é moço, tem uma bela carreira diante de si”, disse, em francês. “Gostei de vê-lo dançar e por isso lhe digo: não embarque.” Duque perguntou de onde o fã havia tirado aquilo e ouviu em resposta que talvez fosse um mau pressentimento.

    Pois o moço se apresentou como Johann Heinrich von Bernstorff, embaixador da Alemanha nos Estados Unidos, e nem assim Duque levou fé no recado. E teria viajado não fosse a parceira, que, ao saber da história, recusou-se a embarcar. “Que eu me fosse sozinho, ficava desfeita a dupla”, relatou o artista ao jornalista e escritor Raymundo Magalhães Jr., que compartilhou a história com os leitores de sua coluna no Diário de Notícias (30-09-1953). O dançarino, então, desviou sua rota para Cuba, onde, ao chegar, soube do torpedeamento do Lusitania e da morte de todos os 1.198 passageiros – o naufrágio, causado por um submarino alemão, foi um dos marcos decisivos para a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.

    Lusitania em alto mar: o famoso navio inglês num cartão-postal de 1914.
    Reprodução da internet

    “Como eu não tivera tempo de cancelar as passagens, saímos na lista dos mortos e nos necrológios em Paris e no Rio”, arrematou o dançarino, que, ainda segundo Raymundo Magalhães Jr., “quando falava dos triunfos de sua mocidade parecia estar sempre inventando episódios fantásticos”, sublinha. “Entretanto, mesmo os que duvidavam das narrativas acabavam tendo um dia a confirmação do que ele dizia, pois quando menos se esperava aparecia alguém que dava um testemunho espontâneo sobre os bons tempos de outrora.”

    Se aqui faltaram testemunhas, na passagem dos Batutas por Paris (1922) elas foram eloquentes, a começar por Pixinguinha, que deu os devidos créditos a Duque no depoimento ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. “Foi ele que pediu ao Arnaldo Guinle para nos levar para Paris. Ele gostava muito do que a gente fazia e interpretava a nossa música nos pés”, disse o mestre-chorão, segundo o livro “As vozes desassombradas do museu” (MIS, 1970). Os Batutas eram conhecidos por Duque desde 1921, quando tocaram para ele e Gaby dançarem no Assyrio, cabaré instalado no subsolo do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Já o empresário Guinle – dono de uma das maiores fortunas do Brasil na época – era fã do conjunto desde a estreia deles, ali perto, no Cine Palais (1919).

    Pois além de avalista, o dançarino batalhou por apoio diplomático para a viagem, abrigou parte das apresentações dos Batutas em Paris (no Chez Duque, de sua propriedade) e foi à estação Quai d’Orsay para dar-lhes as boas vindas logo que saltaram do trem vindo de Bordeaux, no frio do inverno francês. “Às 23h apareceram os músicos brasileiros, cada qual carregando o seu instrumento. Trajavam roupas leves e tiritavam. Na manhã seguinte Duque os levou a comprar roupas apropriadas para aquele clima”, relatou o jornalista Floresta de Miranda, que acompanhava o dançarino na gare e assim escreveu numa carta (de 24-02-1922) reproduzida no livro “Samba, jazz & outras notas” (Agir, 2007), coletânea de crônicas de Lúcio Rangel.

    Quanto ao maxixe que Duque dançava é consenso que se tratava de uma versão bastante estilizada da dança popularíssima no Brasil da virada entre os séculos 19 e 20. “Ele dançava um maxixe aristocrático”, definiu Pixinguinha, ainda no depoimento ao MIS. “Não era um maxixe como a gente via em certos lugares.” Tanto que, segundo A Noite (29-09-1953), “quando voltou ao Brasil e exibiu a tão buliçosa dança em novo estilo, os próprios cariocas estranharam” aquele “maxixe mais elegante, mais suave e, sobretudo, menos lascivo.” Segundo uma notícia da revista Careta (23-09-1913) resgatada pela historiadora Juliana da Conceição Pereira no livro “A era do maxixe” (Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 2022), a francesa Gaby teria colaborado na estilização da dança, pela qual o partner é chamado de “o exímio civilizador do maxixe”.

    Num reclme de jornal, a Casa de Caboclo: principal lançamento de Duque em 1932.
    Correio da Manhã, 27-09-1932 

    “Quando parou de dançar”, como informa o pesquisador Abel Cardoso Jr. no livro “Francisco Alves: as mil canções de Rei da Voz” (Revivendo, 1998), Duque fundou a Casa de Caboclo, “elegante teatrinho de roça da Praça Tiradentes”, construído nos escombros que restaram de um incêndio avassalador no hoje extinto Teatro São José, em fins de 1931. Inaugurado em 09-09-1932, o espaço – dirigido por Duque – tornou-se um palco importante da cidade, projetando talentos da comédia que despontavam, como a atriz Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho, entre outros. Depois que deixou o Teatro São José (1935), a Casa de Caboclo seguiu adiante – como companhia teatral – com seus espetáculos populares e turnês não só pelo país, como também até Buenos Aires e Montevidéu.

    “Tipo de homem desempenado, elegante e vivo, não foi difícil a Duque vencer na ribalta”, avaliou o obituário que lhe dedicou A Noite (29-09-1953), informando também que Duque foi professor no Teatro do Estudante e no Conservatório Dramático e que, não sem certo exagero do redator, “dedicou ao teatro quase toda a sua vida”. Curiosamente, o texto – como quase todos sobre a trajetória do artista – passa batido por sua atividade de compositor.

    Está certo que não se trata de uma obra longa (em 78 rpm foram só 15 composições gravadas), mas nem por isso não há boas histórias por trás de suas músicas. A começar por sua primeira gravada, também seu maior sucesso: o maxixe “Cristo nasceu na Bahia”, parceria quase consensual com o trompetista Sebastião Cirino, como contou o semanário A Rua em 23-12-1926: este teria aproveitado um poema de Duque e transformado no famoso maxixe. O dançarino não gostou e foi reclamar ao editor (“Foi uma chanchada!”), mas no fim entraram em acordo, para o bem do público, que ganhou um novo refrão para cantar.

    Dizem que Cristo nasceu em Belém
    A história se enganou
    Cristo nasceu na Bahia, meu bem
    E o baiano criou...

    “Quem é que não conhece essa música e esses versos?”, perguntou o jornal A Noite (02-10-1926), numa matéria sobre as músicas mais cotadas para fazer sucesso na Festa da Penha de 1926. Depois da primeira gravação, feita nesse mesmo ano na voz de Artur Castro (que lançou, da mesma dupla, “Eu fui viajar”, também em 1926), aí é que o mote do maxixe ganhou as páginas de jornais. Fosse em crônicas como uma do jornal A Manhã (15-09-1929), na qual uma certa Miss Flirt contrapunha Jesus ao baiano Rui Barbosa: “Pode ser que Cristo tenha nascido mesmo na Bahia. Entretanto, que me conste, Cristo não gostava nada de fazer discursos.” Fosse como nome de biscoitos anunciados em edições d’A Noite em 1928: os “deliciosos biscoitos Cristo Nasceu na Bahia”, à venda na Confeitaria Princesa (Rua da Passagem 49-51) e na Panificação Primor (Rua Sete de Setembro, 109).

    No ano seguinte veio “Passarinho do má”, samba que espetava o ex-presidente da República Arthur Bernardes (apelidado de Rolinha) e foi o número musical de maior sucesso de uma revista criada por Duque com Oscar Lopes para o primeiro semestre de 1927, no Teatro Trianon. Espetáculo que satirizava o quadro político do momento, a começar pelo título, “Vaes então, Luís?”, parodiando o nome do então presidente do país, Washington Luís. Cantada em cena pelo tenorino Pedro Celestino, a música foi lançada em disco por Francisco Alves, em 78 rpm histórico: o Odeon 10.001, primeiro gravado no sistema elétrico, com microfone no lugar do cone que era usado na captação mecânica.

    Passarinho do má, já vuô
    Ninguém sabe onde pousô
    Passarinho do má, se vortá
    Espingarda taí pra matá!

    Definido como “samba roceiro” pelo Correio da Manhã (04-02-1927), “Passarinho do má” era uma das “sensacionaes novidades musicaes” que o periódico listou naquela edição, antecipando as principais apostas de sucesso para o carnaval de 1927. Também na lista estava a música do outro lado do disco histórico: a marcha “Albertina”, mais uma composição do “célebre bailarino Duque” (assim creditado no impresso) cantada por Francisco Alves com acompanhamento da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana. “O teu olhar me domina, tu me levas à ruína”, gravou Chico, adaptando a letra que, na partitura original, era menos natural: “O teu olhar me domina, tu és minha cocaína”.

    Outros três sambas de Duque foram gravados pelo Rei da Voz nesse fim da década de 1920: “Não quero saber”, feito em parceria com o maestro Antônio (pai do ator, radialista e compositor Mário) Lago, saiu em 1927, enquanto “Vou te buscar” e “Eu não era assim” (dedicado a J. B. Silva, o Sinhô) foram lançados em 1928. Desse mesmo ano é a gravação de Pedro Celestino para o samba – outro de Duque sozinho – em que o sujeito vive feliz com a mulher que o maltrata, afinal, como diz na letra... “Gosto de apanhá”.

    Outro destaque do repertório é “Sarambá”, samba gravado cinco vezes em 78 rpm, a primeira delas em 1929 por J. Thomaz, com acompanhamento da Orquestra Brunswick e coro. O intérprete, que divide com Duque a autoria da composição, já cantava a música no rádio em 1928 (apresentando-a como “cateretê cômico”) e, já no ano seguinte, passou a cantá-la também no teatro. Detalhe: na segunda parte, os versos são os mesmos da segunda de “Batutas”, o maxixe que Paris conhecia desde 1922 e não chegou a ser lançado aqui – em partitura ou disco. Assim, foi só trocar a melodia original – de Pixinguinha – e a composição estava devidamente recauchutada.

    Le samba se danse
    Toujours en cadence
    Petit pas par ci, petit pas par la
    Il faut de l’aisance, baucoup d’elegance
    Le corps se balance dansant le samba

    De volta ao português, em 1931 foi a vez de Duque lançar dois números românticos: a canção “Lua culpada” e a valsa “Solange”, ambas compostas originalmente para a revista “Por dentro e por fora” (dele com Oscar Lopes) e classificadas pela coluna Teatro, do Diário Carioca (10-04-1931), como “números verdadeiramente excepcionais” do repertório. No entanto, depois de gravadas por Zaíra de Oliveira com a Orquestra Guanabara, não foram tão bem avaliadas no Correio da Manhã (26-07-1931), como se leu na coluna Música em Discos: “O canto e o acompanhamento são superiores, em muito, à qualidade das músicas.”

    Já em 1935 o público conheceu a marchinha “São Paulo bandeirante”, composição de Duque com o maestro Benedito Camargo para a revista de mesmo nome encenada no Teatro Phoenix de março a dezembro de 1935. Grande sucesso, portanto, da “peça mais bonita da temporada”, como se leu no Diário Carioca (15-08-1935), entre outros elogios ao espetáculo criado por Duque com José Lyra e H. Miranda. Só em novembro, no entanto, Augusto Calheiros gravou a música que, aparentemente, tenta suturar as rachaduras do país após a Revolução Constitucionalista de 1932.

    Terra querida
    E por deus abençoada
    A honra da nossa pátria
    Em teu seio está guardada

    Depois que assumiu a direção artística do Cassino Atlântico, em 1939, sua produção musical – que já vinha rareando – ficou ainda mais esparsa, mesmo que só tenha permanecido no posto até 1942. Daqui por diante foram apenas duas músicas lançadas em discos de 78 rpm. Primeiro em 1946, quando Carmen Costa gravou com bossa “Meu barraco”, samba-choro dele com a maranhense Dilu Melo “destinado a grande sucesso, dada a originalidade e a delicadeza de seus versos” (Dom Casmurro, 02-02-1946). Depois, foi a vez de Duque juntar a saudade de Montmartre ao ritmo da moda no “Baião em Paris”, parceria co-assinada pelo chansonier carioca Ronaldo Lupo, também intérprete da faixa.

    Que sensação... o meu baião
    Tem cotação... lá em Paris
    Dance madame, dance avec moi
    Dance madame, depois peça bis

    Quando a Todamérica lançou o disco com esta derradeira composição de Duque, em fevereiro de 1951, ele tinha acabado de participar da eleição de 1950, quando concorreu a uma das cadeiras da Câmara Legislativa do Distrito Federal, pelo Partido Republicano, mas não se elegeu – mesmo com o alegado apoio da classe artística carioca.

    Vitimado por um acidente vascular cerebral, o dançarino-dramaturgo-diretor-compositor faleceu em 28 de setembro de 1953, “quando se completava um ano da morte de Chico Alves, que dera à canção brasileira o mesmo relevo que Duque dera à dança tão popular”, assinalou A Noite (29-09-1953). “Deixou viúva a senhora Eudina Martinelli Diniz, que foi uma dedicada companheira, e quatro filhas.” No Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde foi sepultado, recebeu as últimas homenagens do ator Ferreira Maia, do jornalista Oswaldo Paixão e dos escritores Generoso Ponce e Raymundo Magalhães Jr., que lhe dedicou mais algumas palavras no já citado texto no Diário de Notícias (30-09-1953).

    “Desta vez ele desaparece para sempre. Não houve um Bernstorff amigo que lhe impedisse o embarque no navio sinistro em que todos nós teremos passagem”, arrematou, não sem sublinhar os destaques do legado deixado pelo amigo artista. “Foi um precursor dos Oito Batutas, de Carmen Miranda, de Romeu Silva, de Fon-Fon e do teatro folclórico brasileiro, na divulgação da nossa música popular no Velho Mundo.”

    Foto principal: Duque na revista Fon Fon, 20-02-1915

    título / autor
    interprete
    acompanhamento
    disco
    ano