Você pode dizer, Chamusca, que somente duas pessoas me ensinaram a cantar: minha mãe e Almira.
(Jackson do Pandeiro, em entrevista a Jurandir Chamusca – A Cigarra, dezembro de 1956)
Cantora, compositora, dançarina, atriz do rádio e do teatro. É de se lamentar que o nome da olindense Almira Castilho de Albuquerque, cujo centenário comemoramos em 24/08/1924, tenha ficado praticamente esquecido após o seu falecimento em 26/02/2011, no Recife, aos 86 anos. Ou que, quando lembrado, ele venha quase sempre atrelado ao do seu ex-marido e parceiro artístico Jackson do Pandeiro. Ou ainda que seu talento como autora seja constantemente diminuído, a ponto de ela ser considerada uma espécie de “laranja” de Jackson, assinando diversas músicas que na verdade seriam criação do genial paraibano.
Segundo observa Denise Mello em “A mulher na canção: a composição feminina na era do rádio” (Machine Editora, 2022), muitas páginas da internet replicam a informação de que “a paixão por Almira era tão grande que Jackson chegou a colocar várias músicas no nome dela”. Fake news, na linguagem de hoje em dia. Almira compôs sim, sozinha ou com parceiros.
Partindo de uma afirmação da própria artista – Almira dizia que praticamente todas as criações dela e de Jackson, ainda que não assinadas pelos dois, tiveram o toque de ambos, ficando ela muitas vezes responsável pelas letras e pela correção gramatical –, Denise conclui: “Isto é, Almira não assinou muitas das composições [de] que participou com Jackson. (...) O número em nome de Almira não altera significativamente o número total de músicas em nome de Jackson, mas o contrário, sim. Almira pode ter perdido muito mais com essa brincadeira do casal”.
A “brincadeira” foi explicada pela própria Almira em seu depoimento para o livro “Jackson do Pandeiro: o Rei do Ritmo”, de Fernando Moura e Antônio Vicente (Editora 34, 2001), e também em entrevista a Lena Frias, publicada no Jornal do Brasil de 31/05/1998. O casal não fazia parte de uma mesma entidade de gestão e distribuição de direitos autorais. “Eu não podia assinar composição com Jackson. Ele era da UBC e eu da Sbacem. Como tudo o que fazíamos era em conjunto, quando aparecia algum parceiro, ora registrava ele, ora eu, dependendo da sociedade do camarada. Ficava tudo em casa, né?”, disse a Moura e Vicente.
Ela própria acabaria criando um “alter ego” na instituição que cuidava dos direitos do marido. Para tanto, escolheu um nome quase homônimo ao de Jackson, que nasceu José Gomes Filho. “Almira esclarece que para se registrar na UBC adotou o pseudônimo José Gomes, ‘sem o Filho’. Usar pseudônimos seria, segundo explica, uma prática bastante comum entre os compositores, a fim de circular entre sociedades arrecadadoras diferentes”, contou Lena Frias na matéria do JB. Sua entrevistada tentava desatar o intrincado nó da questão das autorias: “Sou Almira Castilho na Sbacem e José Gomes na UBC. Jackson era José Gomes Filho e eu, José Gomes. Há quem confunda, mas são duas situações diferentes. Nunca recebi um tostão de direitos sobre as músicas de Jackson”.
Questionada por Lena Frias sobre o porquê de ela utilizar um “pseudônimo correspondente ao nome de batismo do companheiro”, Almira entregou: “Éramos muito unidos, um casal 20, coisa não muito comum no ambiente artístico. Foi uma brincadeira nossa, pra confundir mesmo. Era José Gomes e José Gomes Filho, sem ninguém saber exatamente quem era um e quem era outro”. Uma relação quase simbiótica, ambos parecendo ser um só – ao ponto de a imprensa, por muitos anos, quando anunciava o nome “Jackson do Pandeiro”, grafar logo em seguida “e Almira Castilho”.
A primeira música de José Gomes – ou melhor, de Almira – a chegar ao disco, em 1956, foi “Falso toureiro” (com Heleno Clemente), pela voz de Jackson – que lançaria grande parte da obra assinada pela mulher, com ou sem pseudônimo, tivesse ou não parceiros. A mais emblemática certamente é “Chiclete com banana”, um clássico que mais tarde receberia zilhares de gravações. Mas foram poucas na época dos 78 rotações – e as informações dos rótulos só aumentavam a confusão sobre a autoria: muitos pensavam que um dos autores, José Gomes, seria o próprio Jackson. Na verdade, não estavam de todo errados.
A responsável pelo seu lançamento foi Odete Amaral, em maio de 1958. No rótulo do disco dela, assim como no de Jackson – que faria sua versão em 1959 –, o samba está creditado a Gordurinha e José Gomes; nos 78 rpm de Gordurinha (1959) e Carmélia Alves (1961), aparecem como parceiros Gordurinha e Almira Castilho. Foi esta última que, décadas depois, no livro de Moura e Vicente, esclareceu a história:
“Gordurinha chegou com a ideia, alguns versos prontos e um esboço melódico. A gente já tinha conversado antes sobre a invasão americana na música brasileira... Jackson reclamava muito disso. (...) Por exemplo, aquele negócio que Jackson faz com a boca – ‘Burururu, bebop, bebop, bebop’... –, aquilo é a cara dele. Agora, aquele trecho que diz ‘... quando ele souber [sic] que o samba não é rumba’, isso é meu. E por aí vai. Gordurinha entrou com o ‘... chiclete eu misturo com banana’ e outras partes. E a música foi feita assim, cada um construindo um pouquinho (...)” Almira não deixaria dúvidas: “No caso de ‘Chiclete com banana’, a criação foi coletiva. Os três participaram diretamente, mas só dois podiam assinar” – por causa da já citada questão das sociedades arrecadadoras.
Anos antes, quando conheceu Jackson na Rádio Jornal do Commercio do Recife, em 1953, Almira já estava pronta. Era uma estrela em ascensão, que via aumentar cada vez mais seu prestígio e o número de fãs. Sua vocação artística apareceu cedo, contam Moura e Vicente. Aos dez anos, ela se apresentava para as alunas do Colégio Sagrada Família, onde estudava, imitando Carmen Miranda. Em casa, com os ouvidos grudados no rádio, dublava as cantoras e inventava passos de dança. Na capital pernambucana, acabaria se formando em Pedagogia e abrindo um educandário, o Instituto Castilho, que a criançada chamava de “escolinha da professora Mimi” (seu apelido de família). Lecionou por pouco tempo: a ribalta falaria mais alto.
Aos vinte anos recém-completados, integrava o Grupo Cênico do Náutico, atuando em peças teatrais. Em 1951, brilhava como radioatriz na programação da PRA-8 (Rádio Clube de Pernambuco) e da Rádio Jornal do Commercio. Nesta última, passou a ter visibilidade também como cantora, interpretando “boleros e ritmos centro-americanos”, como dizia a legenda da fotografia de Almira na Revista do Rádio de 04/12/1951. O mesmo periódico, em 08/04/1952, fazia saber que ela, “elemento do rádio-teatro da Jornal do Comércio”, se destacava “no cast de cantores desta emissora pernambucana, sendo uma das atrações do programa de auditório por sua vivacidade e bom humor”.
A Radiolândia de janeiro de 1954 não poupava elogios: “Uma grande rumbeira no Recife. Trata-se de Almira Castilho, (...) uma das mais aplaudidas artistas do sem-fio pernambucano. Recentemente, esteve no Rio, atuando na Rádio Nacional, programa de César de Alencar...”. Acima do texto, via-se a foto da rumbeira a caráter, exibindo as pernas. “A moça tinha inegável talento, mas era a estampa que ajudava a aumentar sua popularidade. Alta, bonita e desenvolta, emoldurava-se com modelitos típicos que realçavam sua sensualidade”, observam Moura e Vicente.
Atributos que a Radiolândia já havia percebido: na edição de março de 1954, ao lado da imagem dela de maiô, o texto dizia: “Almira Castilho, dona de plástica perfeita, é a famosa rumbeira que o público nordestino aplaude com entusiasmo nos programas de auditório (...). Além de rumbeira das melhores, Almira é, também, cantora de recursos, e no seu repertório de melodias ‘quentes’ figuram grandes sucessos”.
Foi na Rádio Jornal do Commercio, onde interpretava gêneros diversos como mambos, sambas e choros, que ela conheceu um “tímido e sempre discreto” Jackson, segundo Moura e Vicente: “O conhecimento entre ambos restringia-se aos cumprimentos formais de corredor. (...) A proximidade profissional e o consequente envolvimento só ocorreriam após o Carnaval de 1953 (...)”. Pouco a pouco, “(...) Jackson do Pandeiro insiste na corte à parceira Almira Castilho e, de galanteio em galanteio, conquista uma das mulheres mais cobiçadas do meio artístico recifense.”
Responsável pela alfabetização de Jackson, “Almira não deu apenas impulso, deu um novo sentido a sua vida”, contam os biógrafos do paraibano. Ele passou a ter ao seu lado “Uma pessoa instruída, esperta, durona no trato com os negócios e em quem ele depositava confiança absoluta. Além de professora, ela passa a ser sua orientadora artística, cuidando da agenda que começava a apertar, dos contatos com a imprensa, do seu guarda-roupa”. No Rio de Janeiro, onde a dupla chegaria em abril de 1954, Almira “atuaria como cicerone, secretária, partner, vocalista, dançarina e, de quebra, namorada”.
Almira e Jackson em dois momentos: enganchados numa dança em reprodução da revista O Cruzeiro (1955) e sorridentes numa foto posada (1957) num clique do estúdio Foto Kojima/SP presente na Coleção José Ramos Tinhorão / IMS
Periódicos do Rio, de São Paulo e de Minas Gerais os chamavam de várias maneiras: dupla do barulho, dupla de ouro, dupla sensação, casal infernal, dupla sapeca, par fenomenal. A televisão – então uma novidade no Brasil – de cara se apropriou do carismático casal, que deitou e rolou nos programas das emissoras do Sudeste: “São os primeiros astros de tevê a unir, de forma inquebrantável, canto, ritmo, teatralização e dança”, afirmam Moura e Vicente. “(...) a televisão só fez melhorar esse nordestino [Jackson] e a Almira, uma morena alta que tinha um jeito muito especial de dançar nas síncopas do marido”, recordou-se Ronaldo Bôscoli na Ultima Hora de 10/05/1983. De volta ao Recife, casaram-se em 30/10/1954 – a festa duraria quase três dias. No civil, só se uniriam exatos dez anos depois, em 30/10/1964, no Rio de Janeiro.
Em 1955, Almira foi assediada numa festa da alta sociedade recifense: ao defendê-la, Jackson quase foi linchado, indo parar no hospital. Decepcionados com a Rádio Jornal do Commercio, que não lhes deu o devido apoio, resolveram sair do Recife de vez, indo morar no Rio, no bairro da Glória (onde residiriam em dois apartamentos diferentes até a separação, em 1967). Foram cerca de 14 anos de convivência, entre a vida artística e a conjugal.
O desquite veio por causa de uma “aventura boba”, como Jackson classificaria anos depois o episódio (Jornal do Brasil, 14/08/1974). Mas a relação dele com Cleonice, de 19 anos, na época residindo com o casal na Glória – era filha de amigos deles –, mexeu com os brios de Almira, que expulsou de casa a moça e também o marido, seguindo porém com a rotina de shows. A dupla manteve, de acordo com Moura e Vicente, “uma relação mais ou menos amistosa, com Jackson tentando reconquistar a ex-mulher”. Após a derradeira apresentação juntos, em 1967, estariam separados artística e matrimonialmente.
Com Jackson, Almira apareceu em nove filmes entre 1956 e 1962, na época áurea da dupla. Dançando de um jeito singular, formava um par inusitado com o marido: ela bem alta (com salto, podia passar de 1,80 m), ele razoavelmente baixo (1,67 m); ela bonita, ele... bem, não primava pela beleza; ela, cinco anos mais jovem. Charmosa, espevitada, sorridente, moleca, com um talento inegável para a comédia.
Quando mostrava sua “dança diferente” – tal como a “Sebastiana” de Rosil Cavalcanti, grande êxito de Jackson –, Almira era graciosa, mas também divertida, como se pode ver na curiosa “coreografia” de frevo – à la boneca de Olinda – que ela apresenta em “Bom mesmo é Carnaval”, de 1961. Ou em “Cala a boca, Etelvina”, de 1958, onde ela finge tocar trombone e canta um pequeno pedaço da música.
O que não costumava acontecer nos long-playings de Jackson. Em vários discos, Almira aparece na capa ao lado do marido, tem seu nome impresso com destaque junto ao dele... mas o astro era ele. A imprensa em geral a apontava apenas como partner ou esposa de Jackson. Mesmo as matérias que focalizavam a dupla eram geralmente centradas no artista paraibano.
Ela acabaria gravando pouco, tanto na época dos LPs quanto na dos 78 rotações. Nesta fase, foram apenas cinco músicas em três discos, todos lançados em 1957. Sozinha, deu voz ao maracatu “Babalaô”, de Edgar Ferreira, à polca “Chico Bendengó” (de Ayres Viana, Alventino Cavalcante e Uzias da Silva) e ao batuque “Tarimá”, dela e de Nivaldo Lima. Ao lado de Jackson, fez-se presente no rojão “Quatro a um”, dela (sob o pseudônimo José Gomes) com Damião Florêncio, resposta ao grande sucesso de Jackson “Um a um”, e no “Baião mineiro” (de Pato Preto, Sebastião Lougon e Zé Praxedes), que homenageava o então presidente Juscelino Kubitschek. Nos anos 1960, a dupla gravaria ainda um jingle político para o deputado sergipano Euvaldo Diniz, “Baião do arrojado” (de Miguel Gustavo), com coro e o regional de Altamiro Carrilho, num disco que não chegou a ser comercializado.
Se gravou pouco, como autora ela teve mais destaque – porém menos do que merece, como bem observou Denise Mello. De Almira/José Gomes, compondo sozinha ou com parceiros – e o marido muitas vezes ao lado, auxiliando na função –, vieram grandes sucessos de Jackson, como “Meu enxoval” (com Gordurinha), “Moxotó” (com Rosil Cavalcanti) e o “Xote de Copacabana”, atribuído apenas a José Gomes (Almira), mas feito a quatro mãos com Gordurinha, como ela contaria a Moura e Vicente.
O xote teve como inspiração a primeira vez que Jackson, acompanhado de Gordurinha, andou pelas areias de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Era tanto maiô metido a besta!...”, diria ele mais tarde em diversas ocasiões. Ao voltarem para o apartamento de Jackson e Almira, ela e Gordurinha ficaram comentando a reação do outro, extasiado com o que vira na praia. Daí surgiu a composição. Jackson, segundo Almira, ficou calado e “não botou nenhuma ponta. Agora, a música é o retrato dele”.
Nos anos 1950, boa parte da produção de Almira/José Gomes seria levada ao disco por Jackson: “Meu senhor” (com Clício Duarte e Aldacir Louro), “Meu patrão” (com Riachão), “Boi da cara preta” (com Paquito e Romeu Gentil), “Baião do bambolê” (com Antônio Barros), “Naquela base” (com W. Freitas e Paulo Gracindo) e “Lapinha de Jerusalém” (sobre motivo popular).
Da parceria com Paulo Gracindo – colega de Jackson e Almira na poderosa Rádio Nacional do Rio – viriam “Na base do amor”, pela voz de Bill Farr, e, já na década de 1960, “O velho gagá”, “Papel crepom” e “Lá vem mulher”, todas do repertório de Jackson. Que também seria o intérprete do sambaço carnavalesco “Serenou” (com Lindolfo Silva) e do samba “Lá vou eu” (com Ivo Santos e Claudionor Santos).
Outro motivo popular adaptado por ela foi a marcha natalina “Vinte e quatro de dezembro”, registrada em 1957 por Rosália Gomes – pseudônimo da jovem Geralda, sobrinha de Jackson – e em 1963 por Abdias dos 8 Baixos. Nos anos 1960, Almira teria composições lançadas também em LPs, não só pelo então marido, mas por outros artistas. Assinou músicas sozinha (“Tililingo”, “Forró quentinho”, “Vamos chegar pra lá”) e acompanhada: “Praia do Janga” (com Heleno Clemente), “Babá de Babá” (com Waldemar Silva), “Pra sentir saudade” (com Paulo Gracindo, já em 1976), entre outras.
“Após a separação, Almira enveredou para a carreira de atriz”, conta Denise Mello. Ela viajou pelo país integrando a Companhia Guanabara de Comédia. Em 1971, foi para a Europa visitar a parte espanhola da família e acabou se estabelecendo por lá como cantora... mas de bossa nova e música romântica. No meio do ano, retornando ao Brasil para ver sua mãe, que estava doente, contou à revista InTerValo de junho que iria aproveitar para cobrar de Jackson “quatro anos de pensão alimentícia que ele me deve”. Mas pretendia em breve “livrar meu ex-marido da obrigação de contribuir para minha alimentação”, pois pretendia se casar com um “alemão rico” – o que de fato aconteceria.
Disse que na Espanha só se apresentava “com longos decotadíssimos, ou biquínis estilizados”, explicando: “São as exigências dos contratos. A época de caipira já era. Hoje sou outra”. Como que para ilustrar sua fala, a Tribuna da Imprensa, ao anunciar o início da temporada da artista na cervejaria Schnitt, em Botafogo, publicou, em 20/08/1971, uma fotografia de Almira trajando um duas-peças. Perto de completar 47 anos, ela tinha orgulho do físico. À InTerValo, revelou que iria fazer uma operação plástica no rosto, complementando: “o corpo não precisa de nenhuma reforma. Aliás, ele tem sido uma das razões de meu sucesso como cantora”.
“De volta a Madrid”, escreve Denise Mello, “casou-se com um bem-sucedido engenheiro alemão da Mercedes Benz” – de nome Aswin Färber, segundo a matéria de Lena Frias no JB. “Excursionou pela Europa cantando e dançando, não mais como uma artista caricata, mas como intérprete de música popular brasileira”, conta Denise. Morando novamente no Brasil, fixou residência em São Paulo, onde morava quando Jackson faleceu, em Brasília, no dia 10/07/1982. Não foi ao sepultamento no Rio, sendo representada por seu irmão, Álvaro Castilho.
A última aparição pública de Almira se daria em 2009, na capital de Pernambuco, onde morou em seus últimos anos, “quando representou Jackson na homenagem ao Rei do Ritmo, feita pela Prefeitura do Recife no Carnaval”, diz Denise Mello. Sofrendo de Alzheimer, fez sua passagem dormindo, dois anos depois. Antes, porém, receberia reverências mais do que merecidas.
No final da cerimônia do Prêmio Sharp que celebrou Jackson em maio de 1998, Almira, no palco do Theatro Municipal do Rio, ladeada por todos os participantes do evento, cantou e dançou o imortal coco “Sebastiana”. Cinco anos depois, em 2003, além da homenagem musical de Guinga e Simone Guimarães – “Para Jackson e Almira”, do CD “Noturno Copacabana”, de Guinga –, viveu uma grande emoção: após quase três décadas sem pisar num estúdio, foi chamada por Silvério Pessoa para unirem suas vozes em “Papel crepom” (dela e de Paulo Gracindo), faixa do CD “Batidas urbanas – Projeto micróbio do frevo”. Em todas essas ocasiões, pôde receber o carinho das novas gerações da música brasileira, que a abraçaram e a saudaram não apenas como a ex-mulher e ex-partner de Jackson do Pandeiro, mas como a grande artista que ela foi.
Na foto principal: reprodução da revista Radiolândia (02-04-1960)