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    Semente do samba, a voz do sertão, seresteiro incorrigível: eis Patricio Teixeira, ícone da nossa música popular!

    Fernando Krieger

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    Uma das sementes do samba. Assim Pixinguinha definiu seu ex-cunhado, o cantor, compositor, instrumentista e professor de violão Patricio Teixeira, durante o velório deste no Jardim da Saudade, um dia após seu falecimento em 09/10/1972, aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Não era um elogio exagerado a um quase membro da família. Sobre o artista que nos deixava, a matéria do Jornal do Brasil de 11/10/1972 esclarecia: “Em 1930, guardadas as proporções, ele era para o samba o que Roberto Carlos foi para o iê-iê-iê. Pixinguinha contou que andava de calças curtas pelas ruas do Catumbi e nem sabia tocar cavaquinho quando o nome de Patricio já era pronunciado com respeito e ele liderava uma turma de bambas: Caninha Doce, Mingote, Barnabé, Boneco, Donga, João da Baiana e por aí afora”.

    O texto dá a dimensão da importância de Patricio Teixeira não só para a turma da velha guarda, que tinha por ele o máximo respeito, mas sobretudo para a música popular brasileira. Cantor de voz bonita e violonista extraordinário, atuou como intérprete num momento em que o samba carioca se redefinia, passando por transformações implementadas pelo pessoal do Estácio e adjacências. Patricio, cuja data oficial de nascimento é 17/03/1893, teria supostamente completado 130 anos neste mês.

    Só que não, como revelou Caroline Moreira Vieira Dantas em sua excelente tese de doutorado “Protagonismo negro e racismo na trajetória do músico e professor de violão Patricio Teixeira”, apresentada à UERJ em 2019. De acordo com dados “obtidos na sua documentação civil (certidão de nascimento e óbito) e no registro paroquial do casamento de seus pais”, além de consultas feitas em páginas da internet, a pesquisadora descobriu que Patricio da Conceição Teixeira Chaves – cujo prenome aparece nos documentos assim mesmo, sem acento – na verdade veio ao mundo em 18 de março de 1892. Estaria, portanto, fazendo 131 anos.

    Em diversas entrevistas, Patricio disse ter nascido na Praça Onze, embora tenha apontado, na Revista do Rádio de 29/05/1951, a Rua São Leopoldo, na Cidade Nova, como o local correto – o mesmo indicado por Mariza Lira na revista PRAnóve de outubro de 1939. Filho de um carioca com uma baiana, pais que não chegou a conhecer, foi criado pela família Rocha Pinto, que residia na Visconde de Itaúna, próxima à Rua de Santana, nas imediações da lendária praça. Pouco se sabe sobre a sua infância, período que ele não fazia questão de revisitar: suas memórias eram “páginas que Patricio se esforçava para não lembrar, certamente por serem dolorosas para um menino negro, pobre e órfão, nascido apenas quatro anos após a abolição da escravidão”, relata Caroline Dantas.

    Cedo ainda, seu nome começava a aparecer na imprensa: o Correio da Manhã de 07/01/1914 o colocava, aos 21 anos, entre os integrantes do grupo de pastorinhas Filhas da Flor da Primavera. Na edição de 03/03/1916, o Jornal do Brasil o apontava como violonista da orquestra do Bloco dos Dardanellos, do bairro do Estácio. Tornou-se um famoso trovador: “Toda a cidade conhecia Patricio, cantador simples, mas de temperamento ultrassensível e dicção perfeita, que se firmara no gênero sertanejo”, escreveu Mariza Lira. Em seu texto para a PRAnóve de 1939, a musicóloga contava que as atividades do cantor o levaram ao cassino do Palace Hotel de Petrópolis, onde conheceu Guilherme Guinle; posteriormente, seria apresentado também a Arnaldo Guinle. Numa reunião no palacete da família Guinle, “o trovador surpreendeu”, segundo Mariza Lira, arrebatando os presentes. “E em 1924 era elegante aprender violão e cantar trovas. E Patricio tornou-se o professor da moda”. Entrava, assim, nos salões da aristocracia da época – e pela porta da frente, graças ao seu talento e à sua determinação.

    “Desde 1926 que ensino a tocar violão, mas tudo isso começou como distração. Em 1930 comecei a dar aulas, mas só em 1940 é que me dediquei com afinco à profissão de professor de violão”, contou o próprio Patricio à Revista do Rádio de 07/04/1962, ocasião em que revelou os seus dois clubes de coração: Flamengo e Bola Preta (o bloco carnavalesco). Acrescentou que fizera os cursos de solfejo e teoria na Escola Nacional de Música, mas nunca havia tido aulas do instrumento. “Violão aprendi a tocar sozinho”, confessou. Entre suas alunas, além de integrantes da família Guinle, estavam as cantoras Linda Batista, Sylvinha Mello e Aurora Miranda, a atriz Maria Lucia Dahl, as folcloristas Olga Praguer Coelho, Jesy Barbosa e Stefana de Macedo e, nos anos 1950, as irmãs Danuza e Nara Leão – ela mesma, a musa da bossa nova.

    E, por tabela, Roberto Menescal, como o próprio contou ao Jornal do Brasil de 17/10/1973: “Duas pessoas me ensinaram muitas coisas. Primeiro foi Breno Ferreira, autor de ‘Andorinha preta’ (...). Outro foi Patricio Teixeira, que ensinava a Nara. Como eu era namorado dela na época, ficava bicando as aulas. Isso foi em 1956, por aí.” “Patricio Teixeira tornava claro que se podia fazer coisas incríveis com o violão”, escreveu o cronista Paulo José na coluna “Há vinte anos” da revista Carioca de 22/09/1949. Patricio chegou a lançar um “Método único” de violão, editado pela Irmãos Vitale em 1936.

    Presença obrigatória nos palcos dos teatros e incensado pelos jornais da época, começou sua carreira radiofônica em 1926, na Rádio Club do Brasil, atuando depois em diversas emissoras – seu contrato mais longo seria com a Mayrink Veiga: 25 anos, de 1933 a 1958. Ainda em 1926, iniciou sua vitoriosa caminhada pela indústria do disco: foram 189 fonogramas gravados em 78 rotações entre 1926 e 1943.

    A Voz do Sertão – como era chamado em anúncios publicados pela Odeon na revista Fon-Fon em 1930 – tinha um repertório baseado em gêneros regionais, que ele levou para o acetato, como as toadas “Ranchinho desfeito” (de Donga) e “Tristezas do Jeca” (de Angelino de Oliveira) – esta se tornaria um clássico absoluto do cancioneiro sertanejo – e a embolada “Bambo bambu”, parceria sua com Donga e J. Thomaz. Outras duas composições suas chegaram ao disco também em 1926: a canção sertaneja “Serrana” e a modinha “Rouxinol”. Em nossa página Discografia Brasileira aparecem apenas mais duas referências a Patricio como compositor, nos sambas (ambos de 1932) “Ai Zezé” (parceria com João da Baiana) e “Sá Colombina” (com Lulu Flor do Ambiente, sobre motivo popular).

    O prestígio de Patricio Teixeira era tamanho que a Rádio Club do Brasil deu o seu nome a um dos prêmios do concurso de músicas de Carnaval que promoveu em fevereiro de 1927, como registrava O Imparcial do dia 19 daquele mês. No final do ano, lançou a canção sertaneja “Poeta do sertão”, dos seus companheiros de boemia e de serestas João Pernambuco e Catullo da Paixão Cearense. Patricio, o Seresteiro Incorrigível – como era anunciado pelo locutor César Ladeira na Mayrink Veiga –, nunca deixaria para trás as canções nordestinas (nortistas, como se dizia na época) que o consagraram, como o cateretê “Eu vi uma lagartixa” e a toada “O violeiro”. Tampouco abandonaria seu repertório de serestas e modinhas. Mas foi a partir de 1927 que ele passou a levar ao disco um gênero que já era presente em sua vida: o samba, cujas feições sofreriam mudanças naquela virada de década.

    “Dona Clara (Não te quero mais)”, de Donga e João da Baiana, com letra que fala de macumba e evoca nomes de orixás, abriu a série dos numerosos sambas da sua discografia. No acompanhamento, os violões cheios de suingue de Rogério Guimarães e do próprio Patricio. Em 1929, lançaria dois grandes sucessos: “Gavião calçudo”, de Pixinguinha e Cícero de Almeida – gravado por Patricio duas vezes neste ano, primeiro com a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga e depois acompanhado por violões e piano – e a embolada “Trepa no coqueiro”, de Ari Kerner Veiga de Castro, que Carmélia Alves resgataria com igual êxito em 1950.

    Neste momento de reformulação do samba, os instrumentos de percussão começavam a chegar aos estúdios de gravação, como se pode escutar no disco Odeon 10572, de 1930: de um lado, “Chô chô”, de Luperce Miranda, e do outro “Eu vô”, de Ary Barroso, Nilton Bastos e Francisco Alves – que faz, nas duas faixas, uma luxuosa segunda voz para o canto de Patricio. O acompanhamento rítmico também se faz notar em “Balacobá” e em “Cabide de molambo”, que traz o característico som percussivo do prato-e-faca (possivelmente executado pelo autor da música, João da Baiana).

    Estreou em nova gravadora já com um sucesso, “Samba de fato”, partido-alto de Cícero de Almeida e Pixinguinha – irmão de Cristodolina Vianna, a Nininha, com quem Patricio foi casado por um tempo. “O primeiro disco de Patricio pela Victor, lançado no suplemento de ‘meio de ano’ de 1932, dava mostra de seu prestígio entre os colegas: integraram o coro ninguém menos que Francisco Alves, os irmãos Sílvio e Murillo Caldas, Aurora Miranda e o excelente conjunto vocal Os Quatro Diabos”, conta Rodrigo Alzuguir em “Wilson Baptista: o samba foi sua glória!” (Casa da Palavra, 2013). Do outro lado estava a já citada batucada “Sá Colombina”, com um curioso refrão em francês. Na letra, Patricio menciona Sílvio Caldas e Chico Alves e agradece ao Trio TBT, todos integrantes do coro.

    Na Mayrink, Ademar Casé criou um programa de “desafios em série” que marcou época, com “emboladas e desafios à moda do Norte”, segundo João Máximo e Carlos Didier em “Noel Rosa: uma biografia” (Universidade de Brasília: Linha Gráfica Editora, 1990). Noel e Patricio eram os destaques do programa, ambos craques na arte de improvisar versos ao vivo. Nome forte da emissora carioca (PRA-9, antiga PRA-K), foi citado por Lamartine Babo na letra do cateretê “As cinco estações do ano” (1933).

    Enquanto isso, seguia como cantor, divulgando sambas de primeira. Muitos permaneceriam desconhecidos, como “Perdi minha mascote” (João da Baiana) – que gravou com Carmen Miranda –, “Quando me vejo num samba” (Getúlio Marinho), “Deixa de tristeza” (Manoel Ferreira e Zé Pretinho) e “Magoado” (Djalma Esteves, Raul Rezende e Milton de Oliveira). Destino diferente teve o lundu “Yaou africano”, clássico de Pixinguinha e Gastão Viana, eternizado por Patricio em 1938. Ele seria regravado duas vezes pelo próprio Pixinguinha – atacando de cantor! –, a primeira em 1950 e a segunda no LP “Gente da antiga”, desta vez com o nome pelo qual acabaria definitivamente conhecido: “Yaô”.

    Em 1937, Patricio lançou um samba que fez um megassucesso no Brasil e no exterior. “Não tenho lágrimas”, de Max Bulhões e Milton de Oliveira, virou “Come to the Mardi Gras” e recebeu letras em inglês (de Ervin Drake e Jimmy Shirl) e em francês (de Jacques Larue, “Un soir de Carnaval”), tendo sido incorporado ao repertório de diversos artistas estrangeiros, como Nat King Cole. O único que se incomodou com a vitoriosa carreira da música, por ter sido passado para trás, foi o verdadeiro parceiro de Max Bulhões no samba, Wilson Batista (a história está contada em detalhes na sua ótima biografia escrita por Rodrigo Alzuguir). A composição ganharia uma “resposta” seis anos depois: “Já tenho lágrimas”, também gravada por Patricio.

    Um dos parceiros mais constantes do comprositor Milton de Oliveira foi – este, sim, um autor fora de série – Haroldo Lobo. Da dupla, Patricio gravou a marcha “Diabo sem rabo”, tornando-se a partir daí um dos grandes intérpretes de Haroldo Lobo: foram 26 músicas entre 1938 e 1942 (15 sambas e 11 marchas), 24 delas da “parceria” Haroldo-Milton. “Diabo sem rabo” teve duas gravações (ambas feitas por Patricio com os Diabos do Céu), pois a primeira foi censurada devido à letra pra lá de maliciosa: “A minha fantasia de diabo / Só falta o rabo, só falta o rabo / Eu vou botar um anúncio no jornal: ‘Precisa-se de um rabo pra brincar no Carnaval’”. A segunda versão da marcha era bem mais comportada; mas, nas ruas, a versão que os foliões cantaram foi (claro!) a proibidona...

    Ter uma música censurada não foi o único problema enfrentado por Patricio – na verdade, foi o menor deles. “Fora do seu expediente de trabalho, Patricio nunca negou que fosse um boêmio, frequentando os bares da cidade durante o ano e festejando nas folias de Momo. Todavia, esse era um hábito comum aos músicos, incluindo cantores de rádio. A diferença era que Teixeira guardava a marca do preconceito racial que o associava a condutas desregradas”, afirma Caroline Dantas – mesmo que o sambista levasse ao disco “Sete horas da manhã”, uma exaltação ao trabalho.

    A própria PRAnóve, revista da Rádio Mayrink Veiga (PRA-9), onde Patricio trabalhava, publicou na edição de setembro de 1938 uma anedota que dizia que ele, voltando de uma festa, foi abordado por um guarda que pediu: “acompanhe-me”. E o seresteiro teria então empunhado o violão e dito: “Pois não, com muito prazer! Que modinha vai cantar?”. Patricio nunca apareceu nas fotografias de maneira desleixada, nunca houve contra ele nenhum processo por vadiagem ou por envolvimento com a polícia, observa Caroline Dantas. Mas era essa a imagem que um músico negro passava: a de um bêbado vagabundo, como na citada anedota – e não músicos brancos, igualmente boêmios e seresteiros, como, por exemplo, Catullo e João Pernambuco.

    Patricio viveu diversas situações de racismo. Era comum ser “elogiado” pelos jornais como “a alma branca do samba” (Noite Ilustrada, 16/09/1931), um cantor com “voz branca de brasileiro” (O Malho, 17/10/1935). “Viveu, portanto, o paradoxo de ser prestigiado pelas suas habilidades musicais e tornar-se alvo de ataques depreciativos e preconceituosos por segmentos de imprensa, publicações que refletiam situações de discriminação e imagens negativas e estereotipadas acerca de sua cor de pele”, escreve Caroline, cuja tese de doutorado analisa pormenorizadamente cada um dos casos sofridos pelo artista.

    Não só os de racismo, mas também de etarismo. A palavra podia não existir na época, mas o preconceito, sim. De repente, o veterano cantor passou a ser considerado “velho” (“antigo”, “ultrapassado”) para vários órgãos da imprensa – e ele ainda estava na casa dos 40 e poucos anos. “Um colecionador de antiguidades está muito interessado na compra do repertório de Patricio Teixeira” (Fon-Fon, 23/11/1935). A mesma revista o classificou de “antigo pra chuchu” (06/04/1940), “velho” (05/10/1940) e “velhusco” (15/01/1949) – aqui o adjetivo sobrou também para Pixinguinha! Para O Malho, ele era uma “antiguidade” (04/11/1937). Periódicos como A Careta, A Cena Muda e a Revista do Rádio também não cansavam de fazer piadas sobre o tema.

    Patricio “deu o troco” em grande estilo – aliás, ele e os “velhos” companheiros, no lendário e festejado I Festival da Velha Guarda, organizado por Almirante no Parque Ibirapuera em abril de 1954, durante as comemorações do 4º Centenário de São Paulo. Os jornais foram unânimes em aclamar o espetáculo, filmado na época por Thomas Farkas. O material ficou perdido por décadas; recuperado, foi transformado por Farkas no documentário “Pixinguinha e a Velha Guarda do samba”, lançado em 2007. É Patricio quem aparece dançando a partir dos 7’56’’, como se pode ver também na foto publicada pela Tribuna da Imprensa de 28/04/1954 (onde ele aparece com o mesmo terno claro, a mesma gravata e a flor branca na lapela). O êxito dos festivais de 1954 e 1955 (Patricio não participou do segundo) ensejou a gravação do LP “Festival da Velha Guarda” (1956), onde Patricio enfim pôde gravar um dos carros-chefes de seu repertório, “Azulão”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto (ouça a partir dos 8’03’’).

    Ele ainda participaria de três faixas do LP “Eis Haroldo Lobo e Milton de Oliveira” (1961), com releituras de “Sabiá laranjeira”, “Desengano” e, obviamente, “Não tenho lágrimas”. Seu último disco em 78 rotações havia sido gravado em 1943 e lançado em 1944, com uma batucada e o samba “Ela foi embora”. Nesta época, passaria a se dedicar mais às aulas de violão, que acabariam se tornando seu único sustento depois que foi demitido da Mayrink, em 1958. “Patricio não teve seus direitos trabalhistas assegurados e, já sexagenário, não conseguiu se reinserir no mercado musical, o que levou à sua pauperização na velhice”, explica Caroline Dantas.

    Seu depoimento para a posteridade foi recolhido pelo Museu da Imagem e do Som em 01/12/1966. Por volta de 1967, já com glaucoma, o exímio cantor e violonista foi amparado pelo casal Oswaldo e Carmélia Riso, indo morar na chácara destes, em São Conrado. Os anfitriões mandaram esculpir um busto de bronze em sua homenagem, colocado no jardim da Vila Riso. Em 1969, doente, enviou uma carta (transcrita em O Jornal de 26/10/1969) a Negrão de Lima, então governador da Guanabara, pedindo uma pensão do estado “para o velho artista, já sem muitas alegrias do passado e com sua vida chegando ao fim”. No que foi prontamente atendido – outros tempos, outros políticos...

    Internado com câncer na próstata no Hospital Mário Kroeff, na Penha Circular, deu ao Diário de Notícias sua última entrevista (publicada em 22/09/1972), onde se queixava de estar sozinho. “Em outros tempos eu seria visitado, mas hoje estou aqui abandonado, nenhum artista vem me ver, o que me daria uma imensa alegria. (...) Parece incrível, um homem como eu, que teve tantos amigos sinceros, ter que terminar seus dias sozinho e esquecido de todos”. O repórter, ao concluir a matéria, declara, com um certo tom de desalento: “O abandono consome mais o artista que a própria doença”. Patricio Teixeira hoje é nome de rua no bairro carioca de Campo Grande. É também um dos mais gritantes esquecimentos da nossa música popular.

    Foto: Patricio Teixeira em 1935, entre Laurindo de Almeida (no violão) e Pixinguinha (flauta) / Coleção José Ramos Tinhorão / IMS

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