“O frevo tem uma força mágica, diabólica! Fanatiza qualquer um. Não serei só eu... Creio que, dentro de pouco tempo, o Brasil inteiro irá adotar o frevo. Música como aquela não é capaz de ficar regional a vida inteira”.
(Nelson Ferreira – Carioca nº 211, 28/10/1939, p. 36)
Frevo de rua: o puramente instrumental, de andamento rápido, que faz os foliões caírem no passo. Frevo-canção: um pouco menos ligeiro, com letra e uma introdução orquestral marcante. Frevo de bloco: o mais lento, espécie de primo da marcha-rancho carioca, com versos dolentes que remetem, na maioria das vezes, à tristeza pelo fim do Carnaval. Pernambuco possui inúmeros compositores especializados em apenas um destes gêneros, às vezes em dois. Mas alguns conseguiram brincar nos três com a mesma desenvoltura, caso de Nelson Ferreira. Autor, instrumentista, arranjador e diretor de orquestras, foi ele um dos grandes inovadores do mais tradicional ritmo pernambucano.
Nascido “por acaso” em Bonito (PE) no dia 9 de dezembro de 1902 – sua mãe, professora, lecionou por cerca de dois anos naquele município –, o menino Nelson Heráclito Alves Ferreira, que foi para a capital pernambucana com pouco mais de um ano de idade, talvez não imaginasse que se tornaria uma referência do frevo e do Carnaval quando em 1916, aos 13, viu editada sua primeira composição: uma valsa de nome “Vitória”. Com essa idade, já dava expediente tocando piano – instrumento que começara a aprender aos 4 anos com a irmã Laura – nos cafés noturnos e pensões do Recife, executando polcas, valsinhas e maxixes.
Dali migrou para os cinemas: entre 1917 e 1919 integrou a orquestra do Pathé, na Rua Nova; no Cine-Theatro Moderno, localizado na Praça Joaquim Nabuco, ficou até 1929, primeiro como pianista, depois como diretor da orquestra, responsável pela trilha sonora de filmes mudos e pela ambientação de comédias e burletas encenadas entre as sessões. Trabalhou ainda no Teatro Helvética, da Rua da Imperatriz, e chegou a compor eventualmente para revistas encenadas na capital do estado.
O jovem pianista e regente trilhava, assim, caminho semelhante ao de outros artistas, como Ernesto Nazareth, Pixinguinha e Raul Moraes (homenageado neste post). Nelson trabalhou com este último na Rádio Clube de Pernambuco na década de 1930, ambos revezando-se como pianistas e diretores de orquestra. Na PRA-P (futura PRA-8), Nelson atuou ainda como programador, produtor, locutor e até radioator, chegando a diretor da emissora em 1934.
Nos primeiros anos da década de 1920, Nelson Ferreira teve editadas em partituras várias de suas criações – de gêneros diversos, inclusive estrangeiros, como foxtrote, one-step, fox-jazz, charleston e valsa –, cujos títulos eram citados nos jornais pernambucanos da época (a valsa “Milusinha” era um dos seus carros-chefes). Entre 1922 e 1923, perambulou de navio pela Europa, como pianista de um cruzeiro.
Compôs em 1924, junto com o escritor Manoel Arão, o “Hino da cidade do Recife”, tornado oficial naquele mesmo ano através do decreto municipal nº 108. Nas décadas seguintes, iria levar à partitura frevos que seriam adotados como hinos não-oficiais por três times pernambucanos de futebol, uma grande paixão sua: “Casá, casá” e “Pelo Sport tudo”, ambas pelo Sport Club do Recife; “Come e dorme”, pelo Clube Náutico Capibaribe; e “Supercampeão”, que o maestro tricolor faria em comemoração ao campeonato conquistado em 1957 por seu time de coração, o Santa Cruz.
Aos 24 anos, segundo informação do Diário de Pernambuco de 17/11/1927, já havia feito até mesmo uma opereta, intitulada “Pérolas do Norte”, com libreto de Osvaldo Santiago, que teve alguns trechos executados ao piano pelo próprio autor numa festa de arte e poesia promovida naquela mesma noite no Teatro de Santa Isabel. Seguiu em fevereiro de 1929 para o Rio de Janeiro, voltando ao Recife em julho para assumir a orquestra do Teatro do Parque, reinaugurado no dia 29.
Com o advento do cinema falado – que chegou à capital pernambucana em março de 1930 –, ele foi dispensado. “Nelson voltou a dar aulas de piano, música e solfejo em sua residência, passando a trabalhar à tarde na Casa Parlophon, onde executava músicas ao piano”, segundo informa sua biógrafa, a jornalista Angela Fernanda Belfort, em “Nelson Ferreira: o dono da música” (Recife: Comunigraf, 2009).
“Compositor de já reconhecido talento, com músicas gravadas pela Casa Edison desde 1923, Nelson Ferreira poderia ter deslanchado a carreira, permanecendo no Rio, como tanta gente que trabalhou com ele na Rádio Clube – Sivuca, Antônio Maria”, escreve José Teles em “Do frevo ao manguebeat” (Editora 34, 2000). A tal música gravada em 1923 foi a primeira dele registrada em disco, “Borboleta não é ave”, parceria com Júlio Borges Diniz, feita por encomenda para o Bloco da Concórdia e lançada pelo cantor Bahiano com acompanhamento do Grupo de Ernesto Pimentel. Embora o rótulo do disco não traga nenhuma informação sobre o gênero, este é considerado o primeiro frevo gravado – no caso, um frevo-canção.
O lado folião de Nelson despontou ainda na juventude: aos 21 anos, já podia ser visto tocando bombo na Fanfarra Infernal, “original troça composta de elementos conhecidos em nosso meio social”, como informou o Diário de Pernambuco de 23/02/1924. Pela mesma época, dirigia os conjuntos e as orquestras de clubes diversos, como o Nove e Meia, o British Club, o Internacional e o Jockey Club, em bailes carnavalescos e eventos de meio de ano. Foi vice-presidente do lendário Bloco das Flores na gestão 1923-24, e vice-tesoureiro entre 1924 e 1925.
Com a marcha-canção “Eu não vi”, ganhou o concurso de músicas de Carnaval instituído pelo jornal A Notícia em 1927 – o primeiro de vários que venceria pelos anos seguintes. Em 1928, mais uma vitória, com o frevo-canção “Não puxa Maroca”, no concurso promovido pelo Clube Internacional do Recife. A letra, de Musael do Campo – pseudônimo do ator, diretor e escritor Samuel Campelo –, foi publicada no Diário de Pernambuco de 18/02/1928. Gravado como “marcha nortista” (conforme informação do selo do disco) em julho de 1929 pela Orquestra Victor Brasileira – numa versão instrumental –, sob a direção de Pixinguinha, o frevo foi lançado apenas em novembro daquele ano, já um sucesso absoluto. Um anúncio publicado no Jornal Pequeno do Recife dizia, em 6 de novembro, que mil cópias haviam sido enviadas para a cidade pela Victor, e vaticinava: “Compre hoje porque amanhã estarão esgotados”. Em dezembro, o mesmo periódico confirmava a chegada de nova remessa de discos para a capital pernambucana.
A inspiradora do frevo existiu de verdade: de acordo com o pesquisador Samuel Valente – citado na dissertação “Escuta, Nelson: representação e memória da cidade do Recife nas letras de frevo do maestro Nelson Ferreira”, de Renata Jeane de Santana, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco, 2019 –, Maroca era uma prostituta bastante conhecida no Recife no início do Século XX. Nelson Ferreira, que tocou nos inferninhos da capital quando ainda era pré-adolescente, certamente deve ter topado com ela em algum momento. Com o tempo, decadente e sem o frescor da juventude, Maroca acabou se tornando alvo de brincadeiras e gozações dos figurões do círculo boêmio e literário da cidade. Samuel Valente conta ainda que, quando Nelson Ferreira se irritava com alguém, dizia: “Menino, vá tirar sua donzelice com Maroca lá no Baile dos Solteiros!...”.
A personagem voltou à fuzarca pelas mãos do próprio Nelson em “Maroca só qué puxá”, lançada pela Orquestra João Andrade no Club de Tennis de Boa Viagem. Marcha carnavalesca cuja partitura já estava à venda no Recife em janeiro de 1930, foi lançada em disco Parlophon no mês seguinte pela Simão Nacional Orquestra num registro meio frevo, meio charleston. A mesma orquestra lançou em março, também de Nelson Ferreira, o frevo de rua “Maroca só qué sortero”.
A moça acabou se “apaixonando” em 1931: em “Maroca só qué seu Freitas”, lançada pela Orquestra Guanabara em janeiro, Nelson Ferreira – então gerente da seção de música da Casa Parlophon – fazia troça com José Ramos de Freitas, o Beiçola, delegado e homem de confiança do governo, que, por sua repressão à festa de Momo, ganhava “homenagens” satíricas nas músicas carnavalescas, como havia acontecido no ano anterior com o frevo-canção “Me deixa seu Freitas”, de Nelson Vaz (em parceria, segundo Angela Fernanda Belfort, com o xará Nelson Ferreira, embora o nome deste não apareça no rótulo). Maroca chegou ao disco novamente – e pela última vez – em 1932, através das mãos de seu criador, em “Maroca só qué golfinho”.
“E quem diria que Nelson Ferreira, por tantas décadas o dono da música em Pernambuco, houvesse um dia confessado ser incapaz de compor um frevo de rua?”, pergunta Leonardo Dantas Silva em “Carnaval do Recife: frevo, maracatu e outros temas” (20-20 Comunicação e Editora, 1996), esclarecendo que isso se deu em entrevista do maestro a Valdemar de Oliveira, publicada em março de 1947 na revista Contraponto nº 4: “É verdade que já escrevi um frevo, que teve geral aceitação: ‘TSAP no frevo’ (1943) [TSAP significa Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco]. Mas isso foi por acaso. Precisavam de completar uma face do disco (...) e eu escrevi o frevo. Agradou, sim, mas não era o meu gênero”.
Palavras modestíssimas de quem parecia se esquecer de ter feito, nos anos 1930, além das várias “Marocas”, delícias como “Vamo chorá nega” e “Carrapato cum tosse”. Nas palavras de José Teles, “Nelson Ferreira foi um dos grandes criadores do frevo de rua, sendo inclusive, com ‘Gostosão’, de 1950, um dos poucos renovadores dessa difícil vertente instrumental do frevo. Uma renovação que agradou até aos puristas, feito Valdemar de Oliveira, que considerava ‘Gostosão’ um marco na evolução do frevo de rua. Evolução levada adiante com ‘Gostosinho’, ‘Come e dorme’, ‘Na hora H’ (em que faz um inusitado solo de piano num frevo de rua), entre vários outros”.
Pode-se acrescentar diversos títulos nessa lista, entre eles os modernos “Gostosura”, “Carro-chefe” e “Frevo no bairro de São José”; “Isquenta mulhé”, onde ele promove um interessante encontro do frevo com a sonoridade das bandinhas esquenta-mulher, formadas por pífanos, pratos, caixa e zabumba; o exuberante “Frevo no bairro do Recife”; e “Quarta-feira ingrata”, lançado por ele e sua orquestra em 1964.
Mestre do frevo de rua, era igualmente craque nos frevos-canção, vários deles lançados em 78 rpm, tanto por artistas da sua terra – como Minona Carneiro, “Dedé” – como também pelos que atuavam no eixo Rio-São Paulo: “Didi” (com Samuel Campelo), por Francisco Alves; “Evoé” – interjeição festiva, comumente relacionada ao Carnaval, cuja origem remete ao culto do deus grego Dioniso (associado ao Baco dos romanos) –, por Odete Pires; “Não chora, Pierrô” (com Fernando Lobo), por Odete Amaral; e “Nada faz mal”, na voz de Aracy de Almeida, só para citar alguns.
“Famosos na MPB basicamente pelos frevos, nem Capiba nem Nelson Ferreira gostavam da camisa de força que o gênero lhes impôs. Ambos faziam questão de ressaltar que o frevo era música circunstancial, feita para o Carnaval”, revela José Teles. A produção não-carnavalesca de Nelson se faz presente nos 78 rotações. Alguns exemplos: Francisco Alves emprestou seu vozeirão em 1939 para as valsas “Diga-me” e “Minha adoração”; o de Nelson Gonçalves entoou a valsa “Silêncio”, em 1945; o lamento “Iemanjá” (de Nelson e Luiz Lima) ecoou forte na interpretação de Inezita Barroso em 1954; a toada “Tem jeito sanfona” (versos do poeta e radialista alagoano Aldemar Paiva) ganhou versão de Creuza Cunha em 1956 e de Elizeth Cardoso em 1957. O próprio Nelson Ferreira lançou, em 1963, o LP “Evocações”, mostrando ao piano suas valsas.
O primeiro frevo de bloco composto por ele surgiu na folia de 1946: “Carnaval da vitória”, parceria com Sebastião Lopes, festejando “o êxito dos Aliados na segunda guerra mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945”, como conta Angela Belfort. Foi gravado somente em 1958, num long-playing do Bloco Madeiras do Rosarinho. Suas criações neste gênero estão espalhadas por diversos LPs, vide o belo “Frevo da saudade”, dele e de Aldemar Paiva. Em 78 rotações, poucos foram gravados – mas, se a quantidade é pouca, a qualidade é enorme: são pérolas como “Bloco da vitória” (1959) e “Cordão da Vassourinha” (1961), ambos pelo coro do Bloco Mocambinho na Folia.
“Nelson sentia saudade do frevo de bloco cantado por um coro feminino com uma orquestra de pau e corda, formada por cavaquinhos, violões, banjos, acompanhando as canções compostas especialmente para cada agremiação, como ocorria nos Carnavais dos anos 20”, destaca Angela Belfort, contando que ele fez, em 1955, “uma canção homenageando as figuras de destaque nos blocos dos Carnavais do passado”. Nem ele nem José Rozenblit, dono da gravadora Rozenblit e do selo Mocambo, acreditaram muito nela, que foi parar na outra face do disco do Bloco Batutas de São José lançado em janeiro de 1957 com “Nação nagô”, de Capiba, no lado A. O maestro e o produtor estavam redondamente equivocados.
“‘Evocação’ foi realmente o fenômeno da minha vida como compositor. Em 57, foi tocada durante dois meses, no Rio e em São Paulo, nas paradas de sucesso (...)”, recordou Nelson em entrevista ao Diário da Noite (PE) de 18/10/1972. Alcançou o primeiro lugar entre os discos mais vendidos, segundo a Revista do Rádio de 23/03/1957, e levou seu autor de volta ao Rio, onde, segundo o mesmo periódico, “o maestro não deu conta dos convites para aparecer em programas de rádio”. O frevo evocava nomes famosos de antigos Carnavais de Pernambuco: Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon e Raul Moraes (sobre eles e a canção que os homenageia, ver detalhes no post dedicado a Raul Moraes).
Foi tamanho o estouro da música que Nelson Ferreira criou, nos anos seguintes, uma série de frevos de bloco nos mesmos moldes, sempre rendendo homenagens a figuras marcantes dos Carnavais passados. “Nelson ficou tão agradecido à boa acolhida que ‘Evocação’ teve na capital federal”, conta Angela Belfort, “que compôs ‘Evocação nº 2’ [1958] com o subtítulo ‘Ao Rio de Janeiro’, homenageando os grandes artistas cariocas da música popular, como Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa e Francisco Alves”, citados, junto com Sinhô e Lamartine Babo, na letra de Osvaldo Santiago. “E, a partir daí, a primeira da série de evocações passou a se chamar ‘Evocação nº 1’”, diz a autora.
A sublime “Evocação nº 3” (1959) traz à lembrança o jornalista, advogado, historiador e folião Mário Melo (1884-1959), amigo de Nelson, que o imagina abraçando Felinto, Pedro Salgado, Guilherme e Fenelon “no palanque sem fim lá do espaço”. Mestre Vitalino (o artesão Vitalino Pereira dos Santos), “do boneco de barro”, e Dona Santa “da boneca de cera” (Maria Júlia do Nascimento, iyalorixá e rainha do Maracatu Elefante) são os personagens de “Evocação nº 4”, o último a sair em 78 rpm, em 1964.
Os três frevos restantes foram lançados já na época dos LPs: o de nº 5, dedicado a Ascenso Ferreira, cita dois de seus mais conhecidos (e maravilhosos) poemas: “Trem de Alagoas” (do “Vou danado pra Catende”) e “Filosofia” (“Pernas pro ar que ninguém é de ferro!”). Outro poeta, Manuel Bandeira, é reverenciado na “Evocação nº 6”. Por fim, na de nº 7, Nelson – pela voz de um de seus maiores intérpretes, Claudionor Germano – faz um passeio nostálgico pelas ruas desaparecidas do Recife de sua infância.
Diretor artístico da Rozenblit desde os primórdios da gravadora (oficialmente fundada em 1954), Nelson valorizou a música pernambucana através dos lançamentos do selo Mocambo, resgatando autores já esquecidos e dando lugar para artistas mais novos, muitas vezes criando as famosas introduções orquestrais para os frevos-canção que seriam gravados, outras tantas regendo ele próprio os conjuntos. Teve também destacada atuação como autor de jingles publicitários e, a partir dos anos 1950, também políticos: “Na hora H”, para Agamenon Magalhães; “Grande CIDadão”, para Cid Sampaio; “Miguel Arraes...tá”. Sim, o maestro adorava fazer trocadilhos.
Os “Cabelos brancos” (1962) do sessentão Nelson Ferreira não o impediram de continuar à frente de sua orquestra e de seus conjuntos menores em bailes diversos, participar de peças de teatro como autor e diretor musical, revoltar-se contra a invasão do samba e do rock, que chegavam com força à capital pernambucana... Mas, em meados dos anos 1970, o compositor estava triste e com sinais de estafa: precisou mudar de sua casa – que acabou demolida – na Rua dos Palmares, onde morou por 38 anos, devido ao alargamento da Avenida Mário Melo; a Rozenblit estava mal das pernas; em 1976, sua orquestra não foi convidada para tocar na terra do frevo (a sua terra). Nelson acabou se despedindo dos bailes carnavalescos animando os foliões da Bahia. A saúde frágil o levou a um AVC em abril; ainda assim, conseguiu voltar ao batente. Em julho, comemorou as bodas de ouro de seu casamento com Aurora Salgueiro Ramos.
No dia 21/12/1976, aos 74 anos recém-completados, Nelson Ferreira apagou de vez seu famoso charuto e subiu ao palanque sem fim lá do espaço para se reencontrar com Mário Melo, Zuzinha, Zumba, Marambá, Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon, Raul Moraes e tantos outros mestres. Ao ver o velho amigo chegando, Antônio Maria – que o reverenciou em seu “Frevo nº 3 do Recife” – certamente deve tê-lo conduzido para a frente de uma orquestra celestial e exclamado, em alto e bom tom: “Nelson Ferreira, toque aquela introdução!”
Foto: Clodomir Bezerra/Coleção José Ramos Tinhorão/IMS