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    É lampa, é lampa, é lampa: de Rei do Cangaço a personagem da música popular, os paradoxos e descaminhos de Lampião

    Fernando Krieger

    tocar fonogramas

    “Aos vinte e oito de julho eu passei pro outro lado / Foi no ano 38, dizem que fui baleado / E falam noutra versão que eu fui envenenado”
     (“Lampião falou”, de Venâncio e Aparício Nascimento)

    Muitas dúvidas e contradições cercam a vida de Virgulino Ferreira da Silva, pernambucano de Vila Bela, atual Serra Talhada. A começar pelas circunstâncias de sua morte, em 28/07/1938, na antiga fazenda Angicos, hoje Grota do Angico, localizada na cidade sergipana de Poço Redondo. A volante do tenente João Bezerra, numa emboscada, pôs fim – por tiros? Por envenenamento? Pelas duas coisas? – ao lendário Lampião, um dos mais sanguinários bandidos que o país já conheceu – e que a cultura e o folclore populares trataram de ressignificar, alçando-o à condição de herói, uma espécie de defensor dos oprimidos. Oitenta e cinco anos após a matança em Angico, a vida do bandoleiro continua sendo um assunto tão espinhoso quanto o quipá (cacto bastante comum na caatinga) que o cegou do olho direito. Certeza, mesmo, só uma: o tema “cangaço” é, até hoje, uma recorrente fonte de inspiração para os compositores da nossa música.

    No livro “Serrote Preto: Lampião e seus sequazes” (escrito em 1945 e publicado em 1962), Cícero Rodrigues de Carvalho procurou esclarecer outra questão nebulosa: na segunda edição, de 1974, divulgou o fac-simile da certidão de nascimento do Rei do Cangaço, obtida em 1968. Nela se lê que Virgolino – como está grafado seu nome – nasceu em 7 de julho de 1897, e não em 1898, ano em que foi batizado.

    No capítulo “Lampião, um bandido sem ética” de seu livro “Lampião e a sociologia do cangaço”, Rodrigues de Carvalho – que em ambas as publicações detalha minuciosamente as crueldades e perversidades de Virgulino e seu bando – é taxativo: “(...) a despeito de todo esse horripilante e monstruoso acervo de atrocidades a que temos feito referência parcialmente, pois seria muita pretensão julgar-se alguém conhecedor de todas as misérias que praticou, Lampião e seus apaniguados ainda têm simpatizantes... Mais do que isso, têm apaixonados fãs e impertinentes advogados. (...) Não sabemos o que é que anima tais defensores. Se o fazem por má-fé ou movidos por uma vaidade patológica”.

    Autora de “Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço” (Objetiva, 2018), excelente biografia sobre a companheira de Lampião, a escritora Adriana Negreiros, numa das páginas finais da obra, revela: “Pesquisar sobre o cangaço é se deparar com violências absurdas, que mais parecem saídas de filmes de terror”. Já Vera Ferreira (neta de Lampião) e Antonio Amaury pretenderam mostrar o outro lado no livro “O espinho do quipá: Lampião, a história” (Oficina Cultural Monica Buonfiglio, 1997): “Virgolino Ferreira era um trabalhador. Do tratamento duro e injusto que o trabalhador Virgolino Ferreira e sua família receberam surgiu Lampião, o Rei do Cangaço. (...) Latifúndios que durante décadas e até mesmo séculos se imaginavam intocáveis sentiram o peso de sua presença e o terror das consequências do não atendimento de suas exigências”.

    Mesmo um grupo nefasto como o de Lampião era capaz de se permitir um mínimo contato com alguma manifestação artística. Franklin Maxado, em “O que é literatura de cordel?” (Codecri, 1980), afirma: “Não só esses cabras foram cantados como muitos eram também poetas. O próprio Lampião era um sofrível poeta e sempre tinha violeiros ou sanfoneiros no bando, para alegrá-lo nas horas de descanso. (...) O ‘capitão’ Virgulino Ferreira gostava muito de uma cantoria e mandou convidar o cego Aderaldo para vir ali no Juazeiro cantar para ele. Após a cantoria, presenteou-lhe com uma pistola”.

    Adriana Negreiros fala da ligação do malfeitor com a arte dos sons: “Embora não tivesse o vozeirão dos cantores de rádio – seu timbre, tido como afeminado, estava mais para Mário Reis do que para o tenor Vicente Celestino –, Virgulino se arriscava na cantoria, enquanto fazia gemer uma sanfona, acompanhado por Maria de Déa [obs: Maria Gomes de Oliveira, que passaria à História como Maria Bonita] ao bandolim”. No livro “Lampião – Memórias de um soldado de volante” (FUNDARPE, 1990), João Gomes de Lira confirma: “Virgulino tocava harmônica de oito baixos. Na dança era conhecido como ‘pé de ouro’, porque tinha o corpo maneiro e muita flexibilidade, sendo por isso cobiçado pelas dançarinas”.

    Como recorda Rodrigues de Carvalho, os cangaceiros, ao se aproximarem de alguma cidade, costumavam entoar uma canção que se tornaria a mais emblemática daquele período – e cuja origem é também bastante incerta. “A ‘Mulé rendeira’ (...) era uma bela música, especialmente cantada em coro pelos bandoleiros, seus legítimos criadores. (...) Essa cantiga surgiu entre eles, os cangaceiros, em 1924 ou 1925” – antes, portanto, de Lampião e seu bando atravessarem o Rio São Francisco em 1928, quando o chefe do grupo já contava quase uma década no cangaço.

    Gravada como toada em fevereiro de 1937 e lançada em julho, “Mulhé rendêra” recebeu arranjo de Manezinho Araújo, também seu intérprete na ocasião. O estribilho respeitava os versos que seriam os originalmente cantados pelo coro de cangaceiros: “Ô, mulhé rendêra / Ô, mulhé rendá / Chorando por mim, não fica / Soluçou, vai no borná” (bornal, ou embornal, é uma espécie de bolsa ou sacola própria para se carregar mantimentos). A composição seria, anos depois, incluída na trilha sonora do premiado longa-metragem “O cangaceiro”, de Lima Barreto, lançado em janeiro de 1953.

    “Na ocasião, sofreu uma adaptação do compositor Zé do Norte (Alfredo Ricardo do Nascimento), autor de outras músicas do filme, que manteve a sua estrutura original”, contam Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello no primeiro volume de “A canção no tempo” (Ed. 34, 1997). A nova versão, mais abaionada, trazia a letra que correu o mundo e que acabaria por se tornar conhecida até os dias de hoje: “Olé, mulher rendeira / Olé, mulher rendá / Tu me ensina a fazer renda / Que eu te ensino a namorar”.

    Em 1953, diferentes interpretações da música – agora já com sua grafia correta nos rótulos, “Mulher rendeira” – inundaram as lojas de discos. Só em março foram quatro: a do Trio Marabá, a da dupla Cascatinha e Inhana, a dos trios Madrigal e Melodia (cantando juntos) e a dos Demônios da Garoa, com Homero Marques na voz principal. Em abril chegaram mais duas: a de Bill Farr e a que foi utilizada originalmente no filme “O cangaceiro”, com coro misto e conjunto. No mesmo ano, surgiram ainda as do maestro Lindolfo Gaya e da Orquestra Todamérica, ambas instrumentais (a segunda traz apenas um trecho do refrão cantado). Completam a trajetória em 78 rpm da toada/baião as gravações de Dalva de Oliveira (1957), Henry Leca e sua orquestra (1958) e Malena (1960).

    O ex-cangaceiro Volta Seca (Antônio dos Santos) tentou, em 1957, surfar no sucesso desta e de outras composições: ao gravar o long-playing “Cantigas de Lampeão”, apresentou-se como o autor de todas as faixas, entre elas “Acorda Maria Bonita” (considerada de domínio público) e “Mulher rendeira”. Poderia até ter sido levado a sério, se não tivesse se tornado um “loroteiro profissional” – nas palavras de Adriana Negreiros – após sua prisão em 1932, aos 14 anos incompletos. “Volta Seca ganharia fama como um dos maiores mentirosos da história do cangaço”, afirma a escritora.

    É só fazer o cálculo: a ser verdade que “Mulher rendeira” surgiu entre 1924 e 1925, como afirma Rodrigues de Carvalho, então Volta Seca, nascido em 1918, teria composto a música com apenas 6 ou 7 anos, antes mesmo de ingressar no bando, aos onze de idade! De qualquer maneira, ele acabaria conseguindo receber por muito tempo os direitos autorais referentes às suas supostas criações. Duas delas, presentes no álbum de 1957, seriam regravadas em 78 rotações: “A laranjeira”, por Zé do Baião (1959), e “Se eu soubesse”, na voz de José Tobias (1960).

    No livro “Memórias de Zé do Norte” (Revista Continente Editorial Ltda, 1985), o reinventor de “Mulher rendeira” – muitas vezes apontado como seu compositor – é enfático: “Quero deixar bem claro que ‘Mulher rendeira’ não teve, nem tem autor verdadeiramente conhecido”. Zé do Norte aproveita para esclarecer outro boato antigo: “Essa conversa de que Lampião foi seu autor é conversa de quem não conheceu o sertão daquela época e vive contando pabulagens [bravatas]”.

    Também gravada por Manezinho Araújo em 1937, “É lampa... é lampa...” chegou ao mercado em abril de 1938, três meses antes da morte de Lampião. O Rei da Embolada aparece no rótulo como autor, mas é mais provável que tenha feito uma adaptação: em seu livro de memórias, Zé do Norte conta que, “quando apanhava algodão” em 1924, já cantava diversas estrofes dessa música. Na versão de Manezinho, Virgulino é apontado como “interventor lá no sertão” – os interventores, nomeados pela ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas, eram os substitutos dos governadores estaduais – e Maria de Déa é chamada de “a peste da Lampiôa”.

    Em 1931, lembra Adriana Negreiros, Lampião foi classificado pelo jornal estadunidense The New York Times “como o bandido mais notório da América do Sul”. Dizia o subtítulo da matéria: “One-eyed Lampeao known as one of the most ruthless killers of western world” (em tradução livre: “O caolho Lampião [é] conhecido como um dos assassinos mais cruéis do mundo ocidental”). No mês de julho, Castro Barbosa gravou o samba “Vou pegá Lampião”, do ex-Oito Batutas J. Thomaz: “Eu vou pro Norte, vou pegar o Lampião” (o Nordeste era comumente – e erroneamente – chamado de Norte naqueles tempos). Continua a letra: “Cinquenta contos não fazem mal a ninguém / Vamos ver se esse malandro desta vez vem ou não vem”, referência aos prêmios de mesmo valor instituídos naquele ano pela carioca Perfumaria Lopes e no ano anterior pelo governo da Bahia (conforme divulgado pelo jornal A Noite de 13/09/1930), destinados a quem conseguisse prender o malfeitor.

    “Também o forró com sanfona, xaxado e baião era muito apreciado pelo chefe dos cangaceiros”, afirma Franklin Maxado. A ideia de que o xaxado teria se originado dos sequazes de Lampião – rara herança positiva legada por este grupo, junto com “Mulher rendeira” – é encontrada em fontes como a “Enciclopédia da Música Brasileira: popular, erudita e folclórica” (Art Editora/Publifolha, 1998), que o define assim: “Dança conhecida no agreste e sertão de Pernambuco desde a segunda década do séc. XX, executada somente por figurantes masculinos. É possível que tenha se originado do parraxaxá, canto de guerra dos cangaceiros, e que tenha sido divulgada no sertão nordestino pelo bando de Virgulino Ferreira da Silva, Lampião (...). O vocábulo (...) parece uma onomatopeia do som característico produzido pelas sandálias arrastadas no chão (xá-xá)”.

    O verbete explica que, “sem participação feminina, o xaxado não chegaria a se impor como dança de salão, tendo alcançado no máximo os palcos-estúdios de estações de rádio e televisão, o cinema e as revistas teatrais, como uma curiosidade coreográfica típica dos cangaceiros. (...) As letras são de cunho satírico, agressivo ou mesmo francamente belicoso” – o que, diga-se, combina perfeitamente com o ambiente no qual o ritmo teria sido gerado. Ainda sobre o assunto, escreve Maxado: “O xaxado era dança de sua [de Lampião] região originária – o Pajeú – e seus cabras dançavam sem mulheres, marcando o passo com o cabo do fuzil e arrastando as alpercatas [sandálias] no compasso”.

    Em consulta à nossa base de dados, verifica-se que a primeira música rotulada como xaxado aparece na discografia brasileira apenas em 1952, com um título muito apropriado: “Xaxado”, a “dança macho dos cabras de Lampião”, ritmo que é “primo do baião”, nas definições de seus autores, Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil. Lançada pelos Quatro Ases e Um Coringa, a composição seria regravada em seguida pelo Rei do Baião, cuja indumentária – chapéu de couro e gibão – era inspirada na do próprio Lampião. Gonzagão legaria à MPB outros xaxados, incluindo “Olha a pisada” (1954), em que ele e Zé Dantas recriam, na introdução, as estrofes originais de “Mulher rendeira”.

    “Quando o Tenente Bezerra chegou em Angico e matou Lampião” – fato que seria lembrado por Gordurinha num belo baião-xaxado em 1959 –, o mais lendário dos cangaceiros saiu da vida para entrar de vez no imaginário popular. Já em dezembro de 1938, Ranchinho e Laci Martins (irmão de Herivelto Martins) mostravam, na moda “Lampião”, seus feitos terríveis – mas com certa dose de humor. Sobre as feições do cangaceiro Corisco, por exemplo, a dupla garante: “O Frankenstein perto dele é Miss Universá”. Maria de Déa – que só se tornou Maria Bonita após sua morte em Angico, como muito bem explicado no livro de Adriana Negreiros – foi lembrada em “Bando do Lampião”, de 1952.

    No mesmo ano, Sanica e Pacheco Silva viraram a História de ponta-cabeça: em “Vida de Lampião”, tentaram dar um ar de Robin Hood ao bandido. Diz a letra: “Fazia crime atroz e odioso / Mas protegia os pobres sem dinheiro”. O que não condiz com a realidade: Lampião matava/torturava/mutilava os pobres – verdade seja dita, a polícia nordestina desta época não ficava nem um pouco atrás, para desespero das famílias sertanejas – e adulava os coronéis-políticos que o protegiam (seus coiteiros). Os versos desfilam várias informações erradas, numa espécie de “rancheira do cangaceiro doido”: Lampião não nasceu em Santana do Ipanema, em Alagoas – na verdade, esta foi uma das cidades onde as cabeças de seu bando ficaram expostas, incluindo a dele e de Maria de Déa –, além de jamais ter pisado em Minas Gerais. E não precisou de nenhuma “grande contenda [luta]” para conquistar Maria.

    No livro “A história cantada no Brasil em 78 rotações” (Edições UFC, 2012), o pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, deixa registrado o seu protesto: “Os autores, além de nunca terem vindo ao Nordeste, nunca leram a respeito. Lampião nasceu em Serra Talhada, PE; Maria Déa, a Maria Bonita, era apaixonada por ele e, no dia em que se encontraram, ela o acompanhou; Mossoró nunca foi na Bahia e sim no Rio Grande do Norte; Lampião foi morto em Angicos, no Sergipe”. Ou seja, a rancheira continha um festival de fake news para capitão nenhum – seja Virgulino ou qualquer outro – botar defeito...

    O personagem continuou sua saga pelo cancioneiro popular, com seus feitos sinistros recontados por J. B. de Carvalho (“Rojão do Lampião”), Onildo Almeida (“História de Lampião”) e Genival Lacerda (“Rei do Cangaço”, em parceria com J. Borges). No rastro do antecessor famoso, “novos Lampiões” – assim chamados pela imprensa – começaram a surgir Brasil afora: Baraúna nas Alagoas (1947), Concriz na Paraíba (1951), Amauri no Piauí (1953), Marques em Pernambuco (1958), Domingos Meira no Paraná (1958), Cazuza da Otília no Ceará (1959). Um deles acabou virando música: em 1961, Os Caçulas do Baião levaram ao disco – primeiro na voz de Zé Nilton, depois no registro do próprio trio – a efêmera fama do “Novo Lampião” Augusto Ferreira Filho – nenhum parentesco com o original. Também pernambucano, Augusto era filho de policial militar e acabou sendo preso em julho de 1959 no estado de Alagoas.

    “Cangaceiro chegou / Numa nuvem de pó / Cangaceiro voltou / Sem vencer Mossoró”. Uma das maiores derrotas do bando de Lampião foi lembrada pelo Trio Irakitan em “Sina do cangaceiro”, de 1954 – 27 anos após o frustrado ataque à cidade potiguar, em junho de 1927. Os cabras que militavam no cangaço – fenômeno que surgiu ainda no Século XIX e foi perdendo força após o episódio de Angico – serviram diversas vezes de inspiração para os compositores da nossa música popular: “Cangaceiro” é o título de dois baiões, um lançado em 1953 por Carlos Galindo e o outro em 1955 por Jair Alves, e de um frevo de rua de José Menezes, que Nelson Ferreira e a Orquestra Tamandaré levaram à cera em 1955.

    Também instrumental é o “Rojão de cangaceiro”, de Nozinho. Já Buscapé fez uma viagem musical pela “Paraíba do Norte” dos anos 1930, uma “Terra de cangaceiro”. E como no Brasil quase tudo envereda pelo “perigoso terreno da galhofa” – expressão cunhada por Stanislaw Ponte Preta –, o humorista Canarinho gravou “O cangaceiro”, marcha de gosto muitíssimo duvidoso. Não podia faltar nessa contenda a “Zefa Cangaceira” criada em 1956 por Chico Anysio e interpretada no acetato por Dolores Duran.

    Em 1979, o maestro e clarinetista paraibano Lourival Oliveira lançou o LP “Os cabras de Lampião no frevo”. Cada uma das faixas recebeu os nomes de cangaceiros famosos, além do de Maria Bonita. Três destas composições já haviam saído em discos de 78 rotações: “Corisco” (1959) – frevo de rua resgatado por Antônio Nóbrega no CD “Madeira que cupim não rói”, de 1997 –, “Lampião” (1961) e “Volta Seca” (1962).

    O cordelista José Pacheco imaginou uma saga post mortem para Lampião e a narrou em duas obras, “A chegada de Lampião no inferno” e “Um grande debate que teve Lampião com São Pedro”, relançado com o título pelo qual ficou mais conhecido: “Grande debate de Lampião com São Pedro”. Esta segunda foi comentada – ao lado de outros embates entre o cangaceiro e o porteiro do céu – no post sobre São Pedro publicado em junho passado. Já a “Chegada de Lampião no inferno” teve estrofes cantadas em 1962 por Expedito Baracho. O mesmo artista, no outro lado do disco, trouxe ao conhecimento do público a “Plataforma de Lampião”: a letra (profética?) mostra Virgulino (conhecido pela patente de capitão, cultor das armas, com zero apreço pelas leis, responsável por diversos crimes, desmandos e infrações) sonhando ser o “presidente da nação” e fazendo a divisão dos ministérios entre os homens do seu bando...

    Imagem: "Xaxado de Lampião", xilogravura de J. Borges

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